A farmacêutico anglo-sueca, AstraZeneca, anunciou esta terça-feira, 8 de setembro, que vai suspender os testes da vacina contra a COVID-19 que está a desenvolver em conjunto com a Universidade de Oxford. A suspensão deve-se ao facto de a vacina ter causado uma reação inesperada num dos participantes cujo o caso terá agora de ser estudado.
"Esta é uma media de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicável num dos testes, garantindo a manutenção da integridade dos testes enquanto ela é investigada. Em grandes ensaios, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para verificar isto cuidadosamente”, avançou esta terça-feira a AstraZeneca em comunicado.
Fonte próxima do caso revelou, em anonimato, ao New York Times que o problema foi detetado num voluntário inscrito para os teste no Reino Unido. A mesma fonte acrescentou ainda que um dos participantes do teste naquele local foi diagnosticado com uma mielite transversa, uma doença neurológica causada por um processo inflamatório que afeta a espinal medula e que costuma ser desencadeada por infecções virais. No entanto, ainda não foi provado que o diagnóstico está relacionado com administração da vacina em causa.
"Em testes de larga escala, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para que sejam verificadas com cuidado", justificou a porta-voz da farmacêutica.
A vacina da AstraZeneca, que foi descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como provavelmente a candidata líder mundial e a mais avançada em termos de desenvolvimento, já se encontrava em testes na Índia, África do Sul, Brasil e Estados Unidos.
A Comissão Europeia oficializou a compra de 300 milhões de doses desta vacina no passado dia 27 de agosto.