Os cruzeiros vão deixar de ter permissão para atracar em Veneza. A medida surge na sequência do que aconteceu a 2 de junho, quando o navio Opera, com 13 andares e 275 metros de comprimento, perdeu o controlo e foi contra um pequeno barco de passageiros no canal Giudecca. Cinco pessoas foram levadas para o hospital mas nenhuma em estado grave.

Segundo o jornal digital australiano “News.com.au”, poucos dias depois do incidente, mais precisamente a 8 de junho, milhares de venezianos foram até às docas da praça de San Marco, em Veneza, com o objetivo de protestar contra o desembarque de navios na cidade. A população de aproximadamente 55 mil pessoas afirma que os navios estão a dominar este destino turístico, uma vez que, nos meses de verão, desembarcam cerca de 30 mil turistas em Veneza.

O protesto já gerou resultados. De acordo com o “Daily Mail”, o governo italiano anunciou esta quarta-feira, 7 de agosto, que vai começar a redirecionar os navios para longe do centro histórico da cidade.

Já a 2 de junho, o ministro de Transportes da Itália, Danilo Toninelli, tinha anunciado através do Twitter que os navios vão ser, a pouco e pouco, removidos das rotas atuais.

De acordo com o “Express”, no próximo ano um terço dos navios vai começar a desembarcar em portos distantes da cidade, como por exemplo Fusina e Lombardia. Estes ficam a cinco quilómetros do porto atual, do outro lado da lagoa, no continente italiano.

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Esta não é a primeira medida de controlo do turismo tomada por Veneza. Devido à sobrelotação de turistas — principalmente nos meses de verão —, as autoridades introduziram este ano um sistema de reservas para que os visitantes paguem pela entrada antes de chegarem ao destino. Mesmo aqueles que só visitam a cidade por algumas horas, têm de pagar uma taxa entre 2€ a 10€. A medida já faz parte da lista de coisas a saber antes de visitar a cidade, de acordo com o guia de viagens "Lonely Planet".

No ano passado, Veneza também introduziu medidas para acabar com os comportamentos "impróprios" daqueles que visitam a cidade. Sentar-se no chão, nadar nos canais, deitar-se num banco ou comer em zonas onde é proibido pode levar a multas dos 25€ aos 500€.

Ainda esse ano, depois de algumas denúncias da constante existência de turistas embriagados nas praças e locais públicos de Veneza, foi decidido, conforme escreve o "Express", que as pessoas podiam vir a ser proibidas de transportar álcool nas ruas. A cidade italiana estava a considerar começar a multar qualquer turista que transportasse bebidas alcoólicas a partir das 19 horas, mesmo que estivessem num saco de compras fechado.