Podia ser um acontecimento saído de uma qualquer comédia romântica da Netflix, mas é mesmo a realidade: Mariel Narbona, uma mulher espanhola de 49 anos, casou-se consigo mesma e não se tratou de um ato desesperado. De acordo com a noiva, o casamento solitário foi um processo espiritual em que trabalhou durante anos.
O insólito enlace individual aconteceu em Córdova, uma cidade integrada na Comunidade Autónoma da Andaluzia, em Espanha. Em declarações ao site TN, a mulher de 49 anos contou que tomou a decisão de casar consigo mesma num voto de autoconhecimento e autoaceitação, para poder amar plenamente o outro.
O insólito acontecimento captou muita atenção do público, e houve até quem acreditasse que se tratava de mais um exemplo de sologamia. No entanto, a espanhola afirma que o fez com um objetivo diferente. "Queria conhecer-me e comprometer-me comigo mesma, vou casar comigo mesma. Comprometo-me a cuidar de mim, a compreender-me e a ouvir-me", disse ao mesmo site.
O matrimónio não é novidade para Mariel Narbona, que já tinha casado pelo registo civil com o ex-marido, anos antes. "Casei-me e casei-me feliz. Não me arrependo, não odeio os meus ex-companheiros, nem os homens. Sou amiga de todos os meus ex. Quis casar comigo própria como uma espécie de pacto e de autoconhecimento para saber o que tenho para oferecer ao outro", explicou.
No entanto, a mulher de 49 anos referiu que não está fechada à ideia de poder voltar a casar com outra pessoa. "Amanhã, se conhecer alguém e me casar, tudo bem. No entanto, graças à sua experiência, "acha que os papéis não são necessários".
Mas como é que Mariel percebeu que queria casar consigo própria? A "culpada" foi a pandemia, e neste período desafiante de confinamento, a espanhola resolver fazer uma análise interna, das suas relações e das coisas que já não queria na sua vida. "Comecei a fazer as coisas sozinha, sem a necessidade de ter a figura do outro como alguém que me complementa", referiu."Gosto de mim como sou, com minhas coisas boas e más, amo-me e escolho-me."
O casamento aconteceu no dia do seu aniversário. "Celebro-o sempre de uma forma especial. Sou arquiteta, adoro criar e faço sempre coisas novas. Para este ano, ocorreu-me, depois de passar por muitos processos internos, dar a mim própria este voto de amor", acrescentou.
Ao mesmo tempo, encoraja as pessoas que estão no mesmo caminho de autoconhecimento a atreverem-se a redescobrir esses aspectos ou áreas que talvez não estejam tão presentes no seu quotidiano. "Estar sozinho e dar-se espaço é fundamental para nos conhecermos e, a partir daí, podermos amar o outro em perfeita consciência", acrescentou.
Quanto ao casamento, "foi muito íntimo". "Havia uma mesa que representava o registo civil com um lugar para o meu amigo que ia ser o juiz, e mais dois amigos que eram as testemunhas. Houve votos que eu disse a mim própria e depois uma festa típica [de casamento]."