Na madrugada desta segunda-feira, 28 de março, voltaram a ouvir-se as sirenes de ataque aéreo em várias cidades ucranianas e foram noticiadas explosões em Lutsk, Rivne, Kharkiv, Jitomir e Kiev.
"Mais uma vez, ataques com mísseis em Lutsk, Kharkiv, Jitomir e Rivne. Mais um dia, mais ataques. Mariupol sob bombardeamento. Os russos já não têm língua, humanismo, civilização. Apenas foguetes e bombas", escreveu o conselheiro presidencial ucraniano, Mikhailo Podoliak, na rede social Twitter.
Segundo a administração militar de Volyn, mísseis russos atingiram um depósito de petróleo, avançou o "The Kiev Independent". Mais tarde, o mesmo jornal referiu que o ataque com mísseis em Lustk foi realizado a partir de um território na Bielorrússia.
"Os socorristas ainda estão a trabalhar no local do ataque do míssil. De acordo com dados preliminares, não há informações sobre vítimas", disse o chefe da administração militar regional de Volyn, Yuriy Pohulyayko, avança a RTP.
Exército russo aperta o cerco a Mariupol
Com o exército russo cada vez mais próximo de Mariupol, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia alertou esta segunda-feira que a cidade está a ser "reduzida a pó". "Enquanto Mariupol é sitiada e bombardeada, as pessoas lutam para sobreviver. A situação humanitária na cidade é catastrófica. "As Forças Armadas russas estão a transformar a cidade em pó. Salvem Mariupol", lê-se num tweet publicado durante a noite, avança a CNN Portugal.
Vadym Boichenko, autarca da cidade, alerta ainda que Mariupol "está à beira de uma catástrofe humanitária". Segundo Vadym Boichenko, cerca de 160 mil pessoas estão retidas numa cidade onde não há energia, sendo as temperaturas atuais muito baixas, escreve o mesmo jornal.
Tendo em conta a situação que se vive em Mariupol, a Cruz Vermelha Internacional voltou a fazer uma comunicação onde afirma que continua sem conseguir entrar na cidade para prestar ajuda humanitária. "Neste momento não temos uma equipa que consiga aceder [à cidade]. As partes têm de dar garantias e chegar a acordo para permitir uma passagem segura", declarou o porta-voz Matt Morris à BBC, citada pelo jornal "Observador".
Morris relembrou ainda que, de acordo com o Direito Internacional, "deve ser permitido às pessoas saírem, mas não são obrigadas a isso".
Negociações marcadas para esta segunda-feira
As delegações da Ucrânia e da Rússia vão retomar as negociações de paz na tarde desta segunda-feira, 28 de março, em Istambul, na Turquia.
"Uma nova ronda de negociações está a aproximar-se porque estamos à procura da paz. A sério. Sem demoras. Fui informado de que há a oportunidade e a necessidade de uma reunião cara a cara na Turquia. Isto não é mau, vamos olhar para o resultado", afirmou Volodomir Zelenskii num vídeo, citado pelo jornal "Público".
No mesmo vídeo, referiu ainda que "as prioridades nas negociações são conhecidas" e que a Ucrânia vai continuar a defender a integridade territorial da Ucrânia.