Margarida II assinou este domingo, 14 de janeiro, no dia em que completava 52 anos de reinado, os papéis da sua abdicação do trono da Dinamarca. Frederik X tornou-se rei do país também nesta data, tendo proferido umas palavras e chamado a nova rainha, Mary Donaldson, e os quatro filhos do casal para saudarem juntos o público que os assistia mesmo com as temperaturas baixas que se faziam sentir.
As celebrações não ficam por aqui. A manhã desta segunda-feira, 15 de janeiro, será marcada por uma receção a partir das 10 horas locais no parlamento dinamarquês, em que a família real participará.
No próximo domingo, a 21 de janeiro, uma semana depois da abdicação da rainha Margarida, realizar-se-á a cerimónia religiosa na catedral de Aarhus que assinalará a transição do trono do país. A família real estará presente, assim como representantes do Estado e da cidade, e a conduzir a cerimónia estará o capelão real e o bispo da diocese do local, Henrik Wigh-Poulsen.
A rainha Margarida da Dinamarca anunciou no último dia de 2023, a 31 de dezembro, durante a transmissão televisiva do seu discurso de Ano Novo, que iria abdicar do trono a favor do filho mais velho, Frederik, 55 anos.
O novo rei da Dinamarca tem estado no centro de várias polémicas, depois de ter sido visto a passear por Madrid com Genoveva Casanova, atriz e ex-concorrente do “MasterChef” em Espanha, em outubro, com quem terá passado a noite. Mais tarde, foi acusado de ter utilizado dinheiro público indevidamente nesta viagem não oficial e de utilizar o governo para esconder o encontro com a alegada amante.
Rainha Margarida emociona-se ao passar o testemunho ao filho
Margarida II viajou sozinha na carruagem “Bodas de Ouro” pelas ruas de Copenhaga, acompanhada por uma grande escolta a cavalo e chegou ao Palácio Christiansborg dois minutos antes das 14 horas locais, segundo o "Observador". A abdicação do trono da rainha ocorreu à porta fechada no interior do palácio, com a primeira-ministra do país, Mette Frederiksen, à sua esquerda e o príncipe herdeiro e o filho mais velho deste, Christian, do seu lado direito, além da sua mulher Mary Donaldson, 51 anos.
A rainha assinou a declaração de abdicação na presença do Conselho de Estado e, de seguida, levantou-se da sua cadeira e fez sinal ao filho para que este se sentasse no seu lugar. Depois, Margarida II saiu da sala emocionada. “Deus salve o rei”, disse. Posteriormente, saiu do palácio, desta vez de carro, tendo sido novamente saudada pelo público que estava na rua.
A primeira aparição de Frederik X enquanto rei da Dinamarca
Frederik X e Mary Donaldson foram os primeiros a aparecer em público num cortejo de quatro carros, onde seguiam os quatro filhos do casal. A multidão recebeu-os com gritos e a agitar as pequenas bandeiras dinamarquesas que tinham nas mãos.
Seguidamente, Frederik X apareceu pela primeira vez na varanda do Palácio de Christiansborg para ser proclamado rei da Dinamarca pela primeira-ministra do país, tendo proferido algumas palavras e chamado a mulher, a agora rainha Mary.
“Sua majestade Margarida II abdicou. Vida longa a sua majestade, o rei Frederik X”, repetiu a primeira-ministra do país três vezes. "A minha mãe, Sua Majestade a Rainha Margarida II, governa a Dinamarca há 52 anos. Durante meio século, acompanhou os tempos, tomando como ponto de partida o nosso património comum. Será sempre recordada como uma governante extraordinária", começou por dizer o novo rei.
"A minha mãe conseguiu fundir-se com o seu reino como poucos. Atualmente, o trono passa. A minha esperança é tornar-me um rei unificador do futuro. É uma tarefa que abordei durante toda a minha vida. É uma responsabilidade que assumo com respeito, orgulho e grande alegria. É uma ação que me esforçarei por realizar e levar a cabo através da confiança que encontrar. Vou precisar de todo o apoio que conseguir obter. Da minha querida esposa, da minha família, de vós e daquilo que é maior do que nós. Enfrento o futuro sabendo que não estou sozinho", continuou.
O discurso terminou com a escolha do lema do seu reinado, uma tradição dinamarquesa, que é “unido, comprometido com o reino da Dinamarca”. O de Margarida II era “a ajuda de Deus, o amor do povo, a força da Dinamarca”.
Ao casal, que celebram 20 anos de casados no próximo mês de maio, juntaram-se depois os quatro filhos em comum, o agora príncipe herdeiro do trono da Dinamarca Christian, 18 anos, a princesa Isabella, 16, e os gémeos Vincent e Josephine, 13 anos.
Posteriormente, entre a multidão que os cercava com as bandeiras dinamarquesas nas mãos, passou o cortejo real. Por volta das 13h40, começaram a tocar os sinos.