Após 26 dias de guerra, e vários apelos de Zelensky para negociações, a Rússia não dá tréguas e os bombardeamentos continuam a destruir vidas. Na noite deste domingo, 20 de março, Kiev voltou a ser alvo de fortes explosões por parte das tropas russas.

Sabe-se agora que os bombardeamentos na capital da Ucrânia atingiram a zona residencial de Podilskyi, incluindo um centro comercial e várias habitações, e causaram pelo menos oito mortos.

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Na sequência dos últimos bombardeamentos na capital da Ucrânia, o autarca de Kiev, Vitali Kitschko, anunciou um novo recolher obrigatório que entra em vigor às 20h desta segunda-feira,21 de março, e continua até às 7h de quarta-feira, 23 de março. "Lojas, farmácias e postos de gasolina não abrirão amanhã. Portanto, peço a todos que fiquem em casa ou em abrigos", escreveu Klitschko no  Telegram, cita a CNN Portugal. 

Esta não é a primeira vez que é decretado um recolher de mais de um dia. Na semana passada, foi também decretado recolher obrigatório durante 36 horas, entre terça-feira e quinta-feira.

Mariupol cercada, não se rendeu às tropas russas

Contrariando as exigências feitas pela Rússia, a Ucrânia recusou-se a baixar armas na cidade Mariupol, cercada há semanas. No domingo, a Rússia ordenou que as forças ucranianas abandonassem Mariupol até à madrugada desta segunda-feira, 21, dizendo que em troca se comprometia com a abertura de corredores humanitários para retirar civis da cidade portuária.

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A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshuchuk, recusou a rendição e exigiu que sejam abertos os corredores. “Não se pode falar em rendição, deposição de armas. Já informámos o lado russo sobre isto. Escrevi-lhes: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor”, afirmou em declarações ao canal ucraniano Pravda, citadas pela agência Associated Press, avança a CNN Portugal.

Apesar da situação, a vice-primeira-ministra da Ucrânia frisou que nos corredores desta segunda-feira há três rotas planeadas para tentar resgatar os moradores de Mariupol: Berdyansk - Zaporozhye; Comunidade de Mangus - Zaporizhia e Nikolske - Zaporizhia.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, considerou que a Rússia está a cometer em Mariupol "um crime de guerra em massa".

"Vladimir Putin merece a mais forte condenação do mundo civilizado. A Rússia está a cometer muitos crimes de guerra, é esse o termo, tenho de o dizer. O que se está a passar em Mariupol é um crime de guerra em massa. Estão a destruir tudo, a bombardear e a matar todos, de uma forma indiscriminada. Isto é algo horrível que temos de condenar nos termos mais fortes. É um crime de guerra em massa", afirmou Josep Borrel, esta segunda-feira, 21, à entrada para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas, cita o jornal "Público".