Acabámos de dar as boas-vindas a 2023, mas há quem ainda não tenha ultrapassado o passado. é o caso de Jack Walters. Este jovem de 24 anos é ilustrador e é tão obcecado pelos anos 90 que teve de se transportar para lá. Como? Bem, transformou a sua casa toda à imagem dessa década e até usa um Nokia da época como telemóvel pessoal.
O jovem tem este fascínio porque diz ser "mais feliz ao viver numa época mais simples", segundo o "Daily Star". E foi isso que motivou a transformação da sua casa em Tideswell, Derbyshire, Reino Unido, num altar megalómano dos anos 90. Aliás, Jack Walters quer que a sua vida seja uma repetição constante de um ano em específico: 1998.
Não censuramos, foi uma época em que, de facto, aconteceram muitos eventos revolucionários. Por exemplo, a princesa Diana morreu em 1997 num acidente de carro, em Paris, Britney Spears lançou o êxito intemporal "...Baby One More Time" e "O Sexo e a Cidade" acabava de chegar aos ecrãs.
Por isso, não há plataformas de streaming ou de música. Mas isso não significa que o jovem não se consiga entreter ou que tenha uma vida enfadonha. Isto porque está apetrechado de inúmeros aparelhos que, nos anos 90, eram considerados o auge da tecnologia.
Por isso, como qualquer pessoa, vê filmes, mas através de um leitor de cassetes – daqueles que já todos tivemos e que davam uma trabalheira para puxar a fita para trás. Também ouve música, mas num Walkman, um leitor de áudio portátil, quando quer sair à rua, e na aparalhagem, quando está no conforto da sua casa. E não é de estranhar que as músicas que ouve também estejam compreendidas entre 1990 e 1999, segundo o jornal britânico.
Quanto às comunicações, o jovem diz ter um smartphone. Mas, como não podia deixar de ser, prefere ter um modelo ainda mais "adequado" à década em que vive. É um Nokia 2110, com aquele toque clássico que nos deixa, simultaneamente, nostálgicos e irritados. Além disso, para adensar esta forma de viver, também conduz um Ford Mondeo de 1995.
Uma coisa é certa: Jack Walters não se lembra de nada do que se tenha passado nos anos 90, sendo que nasceu apenas em 1998. Ainda assim, todo o espírito dessa altura, que experienciou através da decoração da casa da família, exerce sobre si este fascínio incontrolável, que se manifestou desde cedo.
Na sua adolescência, começou a procurar móveis e outros objetos dos anos 90 em vendas de garagem e lojas em segunda mão. Aos 15 anos, foi diagnosticado com síndrome de Asperger, altura em que também se assumiu como homossexual, revela, num artigo publicado no "The Guardian". Sentia-se sozinho, mas, ao encontrar pessoas com gostos tão ecléticos quanto os seus, começou esta jornada.
Durante o confinamento, começou a partilhar vídeos da sua casa no TikTok. "Eu queria trazer nostalgia e alegria durante aquele tempo miserável", acrescenta na mesma publicação. "Quando as pessoas me perguntam porque é que faço isto, não há outra razão a não ser o facto de me trazer alegria. Isso não é suficiente?", concluiu.