Não será possível atingir a imunidade de grupo com a variante Delta, inicialmente detetada na Índia, em circulação. A afirmação é de Andrew Pollard, investigador e líder do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford, que considera que alcançar a imunidade de grupo é "um mito" tendo em conta que esta variante é a mais transmissível e agressiva.

"A variante Delta também vai infetar as pessoas que já tenham sido vacinadas. Isso significa que, aquelas pessoas que ainda não estiveram vacinadas, eventualmente irão encontrar o vírus. Não temos nada que seja capaz parar completamente essa transmissão", explicou o especialista esta terça-feira, 10 de agosto, no parlamento britânico, citado pelo jornal "The Guardian".

Apesar disso, o especialista garante que as vacinas são bastante eficientes em prevenir doença grave ou morte em caso de infeção. Os dados disponíveis até agora comprovam isso mesmo: pessoas vacinadas e com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos têm 49% menos probabilidades de serem infetadas do que aquelas que ainda não têm vacinas, conclui um estudo do Imperial College London, citado pelo mesmo jornal.

Desde maio, vacinação contra a COVID-19 já terá evitado 700 mortes
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No que toca aos dados referentes à realidade portuguesa, sabe-se que a vacinação contra a COVID-19 terá permitido evitar cerca de 700 mortes desde maio, segundo concluiu um grupo de investigadores do grupo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.

O problema, segundo reitera Andrew Pollard — um dos investigadores responsáveis pelo desenvolvimento da vacina da AstraZeneca —, é que as vacinas não são capazes de impedir que pessoas vacinadas contraíam o vírus e, consequentemente, infetem quem não tem nenhuma dose da vacina tomada. Porém, o especialista garante que "não há qualquer razão para se entrar em pânico".

No que toca à possibilidade de se começar a administrar um reforço da vacina, o especialista desvaloriza e diz que, nesta fase, não será necessário, contextualizando essa medida no paradigma atual.

"Seria necessário administrar um reforço se estivéssemos a registar um aumento exponencial no número de internamentos ou mortes entre a população que já está vacinada. E isso não é o que estamos a ver neste momento", refere.

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