2025 arrancou com mais uma edição de "Secret Story - Desafio Final", o reality show da TVI apresentado por Cláudio Ramos. E foi justamente neste programa que dois concorrentes protagonizaram um momento simples, mas que pode ter consequências nocivas para a saúde. Isto porque Tiago Rufino, um dos participantes, resolveu tirar o batom do cieiro do casaco de David Diamond para o emprestar a outro concorrente, uma atitude que pode acarretar perigos.
"Não devemos partilhar itens pessoais deste género, principalmente quando falamos de batons do cieiro, que estão em contacto com mucosas como os lábios", alerta Almeida Nunes, médico especialista em medicina interna. "Por exemplo, quando uma pessoa tem herpes simples, a probabilidade de transmitir o vírus devido à partilha de um batom é praticamente inevitável. Por melhor imunidade que as pessoas tenham, a probabilidade de contágio é altíssima", diz o especialista à MAGG.
Mas o vírus herpético não é o único que pode passar. Em pleno inverno e numa altura em que as gripes e constipações estão mais do que presentes, a partilha destes itens também é perigosa no que diz respeito à propagação destas doenças.
"Quando falamos de um item que é colocado nos lábios, onde há saliva, temos também um grande risco da transmissão de vírus gripais. A mesma coisa acontece com a partilha de escovas de dentes, sendo que aí ainda estamos perante cenários mais graves dado o contacto com as gengivas e com a parte da mucosa que fica exposta ao exterior. Mesmo que não sejam facilmente detetáveis, é perfeitamente plausível que possa existir uma contaminação com virus e bactérias. Estes itens não devem ser partilhados nunca, independentemente da época do ano, sendo que num caso extremo de absoluta necessidade, e focando nas escovas de dentes, estas podem ser desinfetadas com álcool e o risco de transmissão fica menor, embora continue a existir", acrescenta Almeida Nunes.
Mas existem outros itens que à primeira vista podem parecer inofensivos, mas também podem acarretar perigos — e os cremes de mãos são um exemplo.
"É um cenário mais remoto, mas a partilha destes cremes também pode ser prejudicial. Não nos apercebemos, mas mexemos na cara centenas de vezes ao longo do dia. Vamos supor que estamos com uma situação viral, que passamos a mão na mucosa nasal e ficamos com vestígios de muco nas mãos. Isso pode passar para a embalagem do creme, e caso seja partilhado e a outra pessoa tiver uma pequena ferida nas mãos ou nos dedos, pode resultar em contágio. Repito, é algo bastante mais rebuscado, mas não é impossível", conclui o médico de medicina interna.