Layane Dias era uma jovem brasileira normal, estudante de recursos humanos em Brasília, quando decidiu fazer um piercing. Há "BBC News Brasil", confessou que o processo não lhe era estranho. “Já tinha colocado [um piercing] na parte direita do nariz por três vezes”, disse. Desta vez, porém, a experiência foi diferente. “Foi a primeira vez em que coloquei na parte esquerda do nariz. Também foi a primeira vez em que saiu sangue durante o procedimento”.

Na época, Layane não imaginava que isto seria um presságio daquilo que viria a acontecer — a jovem sofreu uma infeção que causou problemas na medula óssea e a tornou dependente de uma cadeira de rodas para se movimentar.

Jovem brasileira fica paraplégica depois de fazer um piercing no nariz
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Tudo estava a correr dentro da normalidade, até ao início de julho do ano passado, quando começou a aparecer uma bola vermelha na ponta do nariz da jovem. “Achava que era apenas uma espinha [borbulha], mas ela me causou febre. Como pensei que não fosse nada relevante, cuidei em casa, com pomadas. Em uma semana, ela sumiu”.

O verdadeiro choque foi ter de voltar para casa de cadeira de rodas”.

Poucos dias depois dessa marca desaparecer, a jovem, que também fazia trabalhos como modelo fotográfico, acordou com uma sensação de desconforto na coluna, que foi aumentando com o passar do tempo. Daí até deixar de sentir as pernas, passaram poucos dias.

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Layane Dias consultou vários médicos até finalmente ser internada no hospital. Inúmeros exames depois, o diagnóstico chegou — Stafilococcus Aureus”era a bactéria responsável pelo que se estava a passar. "O médico me perguntou se eu tive alguma espinha na região do nariz ou algo assim, porque essa bactéria, comummente, é desenvolvida nas fossas nasais. Foi então que contei que havia colocado um piercing no lado esquerdo do nariz, no mês anterior", relata ao meio de comunicação brasileiro.

"Quando contei isso, ele me disse: o piercing foi a entrada da bactéria em seu corpo. Ouvir isso me deixou em choque".

Os danos causados até ali eram irreversíveis, no entanto a jovem foi operada. Corridos dois meses depois da intervenção, a jovem voltou a casa. “O verdadeiro choque foi ter de voltar para casa de cadeira de rodas”.

"A minha vida se tornou completamente diferente"

Ainda antes de sair do hospital, Layane Dias já tinha consciência da incerteza de um dia poder voltar a andar. Aos poucos, a jovem foi aprendendo a lidar com a sua própria realidade — atualmente é acompanhada por uma psicóloga, frequenta sessões de fisioterapia e pratica andebol e basquetebol. “Conheci outros jovens cadeirantes [dependentes de cadeira de rodas] e vi que posso ser feliz assim.”

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Não obstante da experiência negativa que vive, não quer desencorajar as pessoas que queiram fazer um piercing. “O que quero é que tenham mais cuidado. As pessoas precisam conhecer muito bem o local onde vão fazer. Além disso, os profissionais precisam ser extremamente cuidadosos e ter muito cuidado na higienização dos itens”

Apesar de a jornada de Layana ter começado em julho passado, só no final de janeiro é que a brasileira a partilhou com o mundo, através do Instagram. “Eu registei tudo, porque a minha mãe enviava aquelas imagens para a minha avó”. Atualmente, a história já é acompanhada na rede social por mais de 30 mil seguidores.