
Stephanie Coral Browitt embarcou com a família, em 2019, num cruzeiro da Royal Caribbean pela Nova Zelândia. Juntamente com o pai, Paul, e a irmã, Krystal, fez uma excursão a um vulcão da Ilha Branca. “Em segundos, percebemos que estava a entrar em erupção e começámos todos a correr pela nossa vida. Tudo aconteceu tão depressa que não tivemos qualquer hipótese de escapar”, contou à “People”.
Seis anos depois, Browitt mostrou-se nas redes sociais a utilizar um biquíni pela primeira vez desde que ficou com 70% do seu corpo com queimaduras de terceiro grau - no rosto, nas mãos, nas pernas, nas costas e no peito - e oito dedos amputados.
A jovem, que na altura tinha 23 anos, foi atingida pelo fluxo piroclástico, que são gases e materiais vulcânicos libertados pela erupção. Enquanto tentava fugir, Stephanie Coral Browitt pensava na sua mãe, que tinha ficado no navio devido à esclerose múltipla. “Ela precisa de nós, tenho de sobreviver por ela”, contou a jovem à mesma publicação.
Apesar das sequelas, conseguiu sobreviver. No entanto, a sua irmã e o pai acabaram mesmo por morrer na tragédia. A recuperação foi "longa, dolorosa e exaustiva". As cirurgias, que no início eram realizadas dia sim, dia não, envolviam a remoção de tecido morto e a aplicação de enxertos feitos de pele doada, bem como da sua própria pele.
“Aprender a amar-me na minha nova pele levou tempo. Sentia-me extremamente insegura e preocupada com o julgamento dos outros todos os dias", explicou Browitt.
No entanto, conseguiu agora utilizar um biquíni pela primeira vez desde o acidente. "Passei muito tempo à procura do [biquíni] certo. Quando o vesti pela primeira vez, estava nervosa e conseguia sentir o meu coração a acelerar. A autoidentidade é algo muito importante durante a adolescência e, de repente, tinha de começar do zero. Foi difícil. Durante muito tempo, usei a roupa como uma espécie de proteção para esconder quem eu realmente era, a minha nova pele”, explicou à “People”.
“No hospital, ensinaram-me a levar as coisas um dia de cada vez, e isso é algo que me lembro sempre. Caso contrário, torna-se difícil superar qualquer coisa. A representação é realmente importante no processo de recuperação. Eu precisei disso enquanto estava a recuperar. Ver outras pessoas com queimaduras a viver uma boa vida devolveu-me a esperança de que o meu futuro não estava completamente perdido”, revelou a jovem, que acabou por criar uma comunidade de mais de 190 mil pessoas só no Instagram.