"A qualquer momento" será divulgada a nova legislação sobre o uso de armas de fogo nos EUA. A afirmação é do senador republicano John Cornyn, que deseja que o acordo entre democratas e republicanos seja partilhado o mais brevemente possível.

“Em breve, muito em breve — não suficientemente breve para mim —, mas muito em breve, iremos ver o texto da legislação bipartidária que vai ajudar a manter as nossas crianças e as nossas comunidades mais seguras”, afirmou esta terça-feira, 21 de junho, como cita a CBS.

O texto conseguiu o apoio dos dez republicanos necessários para avançar para aprovação no Senado e nas câmaras do Congresso e se tal for feito, será a primeira grande reforma em décadas no que diz respeito à legislação sobre armas de fogo. Antes de entrar em vigor, a lei será ainda levada "à mesa do presidente Biden", explicou presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

A nova proposta de lei teve também o apoio do líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, que relembra que as novas medidas são essenciais para prevenir "incidentes horríveis", como os tiroteios cada vez mais frequentes nas escolas.

"Durante anos, a extrema esquerda afirmou falsamente que o Congresso só poderia tratar o terrível problema dos assassinatos em massa violando os direitos constitucionais dos americanos cumpridores da lei. Este projeto prova que isso é falso", disse McConnell. "Os nossos colegas montaram um pacote de medidas populares que ajudarão a tornar esses incidentes horríveis menos prováveis, ao mesmo tempo que defendem totalmente os direitos da Segunda Emenda dos cidadãos cumpridores da lei", continuou.

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O acordo agora alcançado teve como principais negociadores o senador democrata Chris Murphy e o senador republicano John Cornyn, do Texas, segundo a CBS, e envolveu ainda outros 20 negociadores democratas e republicanos. O texto prestes a ser apresentado diz respeito a um acordo mínimo para melhorar a regulamentação do acesso a armas de fogo nos EUA, pelo que não se sabe se será eficaz no efeito pretendido: reforçar a segurança.

O texto inclui questões como a lacuna relacionada com relações amorosas, chamada “boyfriend loophole”, que proíbe que uma pessoa que tenha sido condenada por violência doméstica compre uma arma, assim como a “red flag law” (lei sobre sinais de alerta, em português). Esta lei permite aos tribunais tirar temporariamente o acesso a armas de fogo a pessoas que ameaçam matar outras ou a si mesmas.

Os episódios de violência com armas de fogo têm sido crescentes nos Estados Unidos e só na primeira semana de junho foram registados quatro ataques com armas de fogo. Um deles, à porta de uma igreja em Ames, no estado do Iowa, no centro dos Estados Unidos, levou à morte de três pessoas.

A propósito destes ataques, o presidente dos Estados Unidos pediu pela primeira vez que fossem tomadas medidas para travar os tiroteios e deixou uma crítica à relutância dos republicanos sobre a alteração da legislação sobre  armas de fogo. "Pelo amor de Deus, quanta mais carnificina estamos dispostos a aceitar?".