Com apenas 14 anos, Daisy Wyatt, de Blackwood, no País de Gales, lutava há dois anos contra um tipo raro de cancro chamado sarcoma de Ewing, que afeta os ossos. A aluna de cincos descobriu o problema na sequência de vários espasmos na perna, que acabaram por se revelar num cancro no osso pélvico.

Depois de quimioterapia, uma operação e um tratamento especial nos Estados Unidos, Daisy recebeu a notícia de que 95% do tumor na pélvis tinha desaparecido. Infelizmente regressou passado pouco tempo, e desta vez era incurável. A jovem morreu a 1 de março de 2017, com apenas 14 anos.

Daisy Wyatt tinha 12 anos quando foi diagnosticada com um sarcoma de Ewing
Daisy Wyatt tinha 12 anos quando foi diagnosticada com um sarcoma de Ewing

"Eu quero ir ao baile de finalistas e ver os meus irmãos crescerem", disse Daisy antes de morrer. As palavras são recordadas pela mãe, Sarah Griffiths, 43 anos, ao jornal "Daily Mail", numa entrevista publicada esta sexta-feira, 22 de fevereiro.

A luta contra o cancro durou dois anos

Os primeiros sinais de que alguma coisa se passava surgiram em junho de 2015, quando Daisy Wyatt começou a ter espasmos na perna. A família levou-a ao médico para um exame de rotina, mas os resultados revelaram uma massa no osso pélvico.

Daisy com a mãe, Sarah Griffiths
Daisy com a mãe, Sarah Griffiths

Diagnosticada com um sarcoma de Ewing, que afeta sobretudo adolescentes e jovens adultos, a adolescente de 12 anos começou a lutar contra o cancro.

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"Disseram que tinha cura", recorda a mãe de Daisy. "Foi a primeira pergunta que fiz. Era tudo o que interessava. Disse à Daisy que íamos entrar nesta montanha-russa de emoções e que não saltávamos fora até chegar ao fim."

Em janeiro de 2016, a adolescente foi tentar um tratamento inovador nos Estados Unidos. "A Daisy estava mais chateada por perder o cabelo. Decidimos cortá-lo curto antes da quimioterapia e ela estava incrível. Mas depois começou a cair e tivemos de rapá-lo. Continuava linda."

'A Daisy estava mais chateada por perder o cabelo', disse a mãe
'A Daisy estava mais chateada por perder o cabelo', disse a mãe

Quando regressaram dos Estados Unidos, Daisy foi operada em Birmingham. Os médicos disseram que 95% do tumor tinha sido removido. "Estávamos no caminho da cura. Por mais duro que tivesse sido, ela ultrapassou tudo. Nunca se queixou".

O tratamento terminou oficialmente no verão de 2016. Infelizmente as celebrações não duraram muito: três semanas depois, um exame de rotina detetou nódulos nos pulmões de Daisy.

"Disse-lhe: 'Lutaste a batalha, agora chegou a altura de lutar a guerra'. Ela continuou com um sorriso no rosto."

"Mãe, não estou pronta para ir"

Infelizmente, em janeiro de 2017 receberam a notícia de que o cancro era incurável. Daisy começou a perder muito peso e os últimos dias foram de sofrimento.

"A canção 'Stand By Me' saiu e ela pousou as muletas e tivemos a nossa última dança. É uma memória que vou guardar para sempre. São as memórias que me ajudam a continuar."

Quando Daisy começou a ficar com sérias dificuldades em respirar, a família levou-a para o hospital em Carmarthen. "Está na minha hora?", perguntou Daisy à enfermeira. Ela respondeu-lhe que sim.

A adolescente disse: "Mãe, não estou pronta para ir. Quero ir ao baile de finalistas e ver os meus irmãos crescerem."

Neste momento Sarah Griffiths está dedicada a angariar dinheiro para a associação de caridade Dreams & Wishes
Neste momento Sarah Griffiths está dedicada a angariar dinheiro para a associação de caridade Dreams & Wishes

Sarah tentou tranquilizar a filha o máximo que pôde. Após a sua morte, o funeral de Daisy juntou tudo o que ela gostava: um cavalo, uma carruagem e música do seu artista favorito, Ed Sheeran.

Neste momento, Sarah Griffiths está dedicada a angariar dinheiro para a associação de caridade Dreams & Wishes, que ajuda famílias que estão a viver a luta contra o cancro. Com eventos e sorteios, já conseguiu juntar quase 35 mil euros.