"Heterossexual, cisgénero, fã da Porsche e adoro calçar saltos e vestir saias diariamente!". É assim que Mark Bryan se apresenta na sua conta de Instagram. Tem 63 anos é de Dallas, Texas e é engenheiro de robótica. Já há cinco anos que no dia-a-dia troca as calças por uma boa saia e o sapato de vela por um salto. É fã de Christian Louboutin, Jimmy Choo e Carrie Bradshaw de "Sexo e a Cidade" é o seu ícone da moda.
Neste momento Mark conta com 614 mil seguidores no Instagram. Apesar de ser apoiado por muitos, confessa que recebe olhares de reprovação em público, já foi chamado de "gay" e, por outro lado, já foi acusado de estar do lado oposto da luta da comunidade LGBTQIA+. Discordando, o influenciador explica que o modo como se veste em nada está relacionado com o seu género ou sexualidade. "Estou a lutar para que todos tenham a liberdade de se vestirem como quiserem".
De acordo com o "Daily Mail", ainda que sempre tenha sido cuidadoso com a aparência, a curiosidade de Mark em explorar a fluidez da moda começou na faculdade. O seu estilo foi influenciado pela banda Kiss cujos membros, já nos anos 70, utilizavam sapatos de plataforma (com salto). Mas foi só aos 21 anos, na faculdade, que experimentou uns stiletto da rapariga com quem namorava na altura.
Começou por utilizá-los apenas na brincadeira com a namorada, enquanto dançavam dentro de casa e Mark diz que sempre sentiu que fosse algo natural, não teve sequer dificuldades de equilíbrio. Hoje veste saias sem qualquer pudor e diz que só não calça saltos quando está no campo de futebol.
Foi há cinco anos que começou a utilizar as peças mais femininas e explica que depois de 20 anos a vestir fato e gravata ficou aborrecido. Em 2015 deu um pequeno (grande) passo, decidiu que ia começar a usar saltos com o fato. "Os meus colegas brincaram 'um dia o Mark vai usar um vestido', mas mal sabiam eles que em 2018 eu usaria mesmo", disse o engenheiro.
O influenciador, que é casado há 11 anos e tem três filhos com quem vive em Crailsheim, Baden-Württemberg, Alemanha, incentiva toda a gente a não se retrair no que toca a experimentar uma peça de roupa dita mais feminina ou masculina porque "as roupas não têm género". Tem o apoio da família e a mulher até o ajuda e aconselha quando vão às compras.