Molly Russell, 14 anos, suicidou-se em novembro de 2017, em Londres, depois de ver demasiado conteúdo gráfico sobre automutilação. As conclusões dos “efeitos negativos do conteúdo online” chegaram através de um inquérito, avança a "BBC News". A informação foi confirmada por um médico legista, Andrew Walker, que alertou para o facto de alguns sites “não serem seguros”, porque as crianças têm acesso a algo que não deveria estar disponível para elas.

A adolescente viu mais de 16.000 conteúdos no Instagram nos últimos seis meses de vida, dos quais 2.100 estavam relacionados com suicídio, automutilação e depressão. Já no Pinterest, outra das plataformas que utilizava, compilou mais de 469 imagens relacionadas a assuntos semelhantes, avança o "The Guardian".

Além disso, o médico afirmou que o quadro clínico da menina envolvia depressão, agravada pelo consumo daquele género de conteúdos. “É provável que o material visto por Molly, já sofrendo de uma doença depressiva e sendo vulnerável devido à sua idade, a tenha afetado de forma negativa e tenha contribuído para a sua morte”, esclarece Walker, citado pela mesma publicação.

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Em relação ao assunto, Ian Russell, o pai da menina (que entretanto se tornou ativista por esta causa), não deixou de lembrar outras pessoas que possam estar na mesma situação que a filha. Assim, deixou um apelo: “Neste momento, só quero dizer que, por mais sombrio que pareça, há sempre esperança. E se estiveres com dificuldades, fala com alguém da tua confiança ou com uma das muitas organizações de apoio maravilhosas em vez de te envolveres com conteúdo online que pode ser prejudicial. Por favor, faz o que puderes para viveres muito e continuares forte".

Elizabeth Lagone, responsável pela política de saúde e bem-estar da Meta, que detém o Instagram e o Facebook, pediu desculpa e admitiu que Molly, efetivamente, teve contacto com algumas publicações que violavam as políticas de conteúdo das redes sociais da empresa. Quanto ao Pinterest, um representante da aplicação também já pediu perdão pelo conteúdo impróprio que foi difundido, reconhecendo que, na altura da morte de Molly, a plataforma não era tão segura.

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SOS VOZ AMIGA
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