Os Estados Unidos estão a ser abalados por fortes furacões. O Helene, que assolou alguns estados do território norte-americano no final de setembro, foi o segundo furacão mais mortal nos últimos 50 anos, tendo sido responsável pela morte de mais de 230 pessoas, segundo a ABC News. Uma delas foi Melissa Guinn, que foi levada mesmo em frente à família.

A mulher, natural de Minneapolis, na Carolina do Norte, o estado que registou mais mortes até ao momento, foi encontrada morta esta segunda-feira, 7 de outubro. Melissa Guinn, que é mãe de quatro filhos, foi arrastada num deslizamento de terra, em frente ao marido e ao filho de 8 anos, conta a "People".

O incidente remonta ao dia 27 de setembro, quando a mulher estava em casa com o companheiro e o filho mais novo, enquanto se abrigavam do furacão. O caos começou por volta das 11 horas da manhã, quando a sua casa, situada à beira de um rio, começou a ceder devido à força dos deslizamentos de terra.

"Parecia um canhão a disparar. Lembro-me de ser esmagado pela casa a cair à minha volta", relatou Jamie, o marido, ao canal WRAL, citado pela mesma publicação. "E lembro-me de gritar pelo meu filho, e conseguia ouvi-lo a gritar. De alguma forma, escavámos através da casa... e encontrei-o", continuou.

Apesar de Jamie ter conseguido resgatar o menino, Melissa foi apanhada pelos deslizamentos de terra. "Só me lembro dela a gritar: 'Amor, cuidado'", recordou o marido. Na tentativa desesperada de proteger o filho, Jamie atirou River para a margem do rio, mas quando ambos tentaram regressar à casa, a mulher tinha desaparecido – e o homem começou a gritar por ela, já que não conseguia ouvi-la.

"Ele [o filho] olhou para mim e disse: 'Pai, acho que a mamã desapareceu'", disse Jamie. Perante o choque, a dupla foi forçada a atravessar todo o cenário de destruição que se fazia sentir em busca de ajuda. Só dias depois é que a família de Melissa soube o que lhe tinha acontecido, quando o seu corpo foi encontrado. Jamie também teve vários ferimentos, incluindo uma fratura na coluna vertebral e uma laceração na cabeça.

Milton é o próximo grande furacão dos Estados Unidos

Depois do Helene, é o furacão Milton que está a preocupar os Estados Unidos. Este está a aproximar-se progressivamente da Flórida, nos Estados Unidos, e está classificado como pertencendo à categoria 5 (a máxima, diga-se), tendo deixado todos os estados, com excepção de 16, em estado de emergência.

Formado no Golfo do México, neste momento, tem ventos máximos sustentados de 270 quilómetros por hora. A chegada está prevista para a noite de quarta-feira, 9 de outubro, para quinta-feira, 10, e está a gerar preocupação especial na região da Baía de Tampa.

Num dos comunicados mais recentes, o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) frisou que "os residentes da Florida devem preparar-se" para deixar as suas casas se forem orientados pelas autoridades locais, diz a CNN Portugal. Milton pode ser "a pior tempestade na Florida num século", alertou o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, citado pela mesma publicação.

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Contudo, de acordo com especialistas, não é assim tão chocante que assim seja – e tudo por causa das alterações climáticas. Michael Wehner, cientista climático, as tempestades intensas têm tendência a ficar ainda mais fortes com o aumento das temperaturas, de acordo com o "The Atlantic".

O furacão começou a ganhar intensidade ao passar pelo Golfo do México, onde as águas estão excecionalmente quentes e sem interferências de outras tempestades. Trocado por miúdos, de acordo com o cientista, este calor serve de combustível para o furacão – e prevê-se que estas intensificações repentinas da força se tornem mais frequentes à medida que o planeta aquece.