Uma professora de História foi detida depois de a acusarem de ter roubado dois iPads, que foram localizados na casa da sua mãe. No entanto, acabou por se confirmar que os dispositivos pertenciam às suas filhas e que a professora apenas os tinha confiscado para incentivá-las a focarem-se nos estudos.

O episódio aconteceu em março, em Cobham, Surrey, no Reino Unido, com Vanessa Brown, de 50 anos. A situação começou quando um homem na casa dos 40 anos alegou um possível roubo dos dispositivos, o que levou a polícia de Surrey a iniciar uma operação de busca. Inicialmente, a polícia não verificou a veracidade das alegações e só depois de mais de 24 horas é que se concluiu que não havia fundamento, diz a "LBC".

A professora, visivelmente abalada, descreveu a experiência como traumática – até porque, depois de ser acusada de roubo, foi levada para a esquadra, onde a revistaram e recolheram impressões digitais. "Eu acho que é bastante traumático até falar sobre isso", afirmou, acrescentando que estava incrédula no que diz respeito à reação da polícia, que descreveu como "exagerada". Mas o insólito da situação não se ficou por aqui.

O episódio tornou-se mais grave quando Vanessa Brown ficou a saber das condições da sua fiança, que a impediam de ter contacto com as filhas, o que, consequentemente, a impedia de as ver no no Dia da Mãe, diz o "Daily Mail". "Foi completamente antiético e desnecessário", disse, citada pela mesma publicação, frisando que a mãe, que tem mais de 80 anos, também foi destratada pelas autoridades, aquando do inquérito.

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Além disso, no dia em que tudo aconteceu, os agentes da polícia foram enviados à escola das filhas de Vanessa Brown, tendo uma delas sido retirada da sala de aula no decorrer da investigação, que levou mais de 24 horas a ser concluída (apesar de haver provas de que os iPads pertenciam às suas filhas e que a professora tinha direito a confiscar-lhos).

A demora na resolução do caso gerou críticas, especialmente quando comparada com o tempo que outros casos de maior gravidade têm levado para serem resolvidos. "Sabemos de relatos de furtos, agressões e crimes violentos na nossa vizinhança, e as respostas da polícia têm demorado dias", atirou Vanessa Brown.

"Parece-me que houve incompetência e uma certa excessiva zelo por parte de um agente júnior, o que o inspetor local deveria ter interrompido rapidamente", começou por dizer um ex-comissário britânico, Anthony Stansfield, à mesma publicação. "Não era de todo necessário colocar uma professora de História respeitável numa cela durante sete horas", rematou.