Uma mulher de 47 anos esteve infetada com COVID-19 em janeiro do ano passado e associou o cansaço ao facto de ter contraído o vírus. Mas dez dias depois, reparou que estava a bocejar de forma excessiva, chegando a fazê-lo 100 vezes por dia, o que já não lhe parecia muito normal. E o pior veio a verificar-se

Nickie Davies, de West Kirby, Merseyside, em Inglaterra, “sabia que algo não estava bem” e foi ao seu médico de família. Este, pensou que os sintomas estavam relacionados com apneia do sono, tendo-a encaminhado para um médico especialista em ouvidos, nariz e garganta. O otorrino achou que a mulher talvez estivesse com alergias, revelou o "Mirror".

Viver sem enxaquecas constantes? Sim, é possível. E há dicas essenciais para quem sofre da doença
Viver sem enxaquecas constantes? Sim, é possível. E há dicas essenciais para quem sofre da doença
Ver artigo

“Em julho e agosto, os bocejos continuavam. Depois reparei que estava a arrastar as palavras, mas como me tinham tirado alguns dentes e estava à espera de uma prótese parcial, presumi que tinha que ver com isso. Em setembro, comecei a ter dores de cabeça e fui ao médico de família, que me falou dos bocejos e da fala, que era afetada principalmente à noite, quando estava cansada”, começou por contar.

Nickie suspeitava que os sintomas estivessem relacionados com a doença do neurónio motor (DNM), mas os médicos asseguraram que não era o caso. Em março, pensaram que se tratava de uma perturbação neurológica funcional, que afeta a forma como o cérebro comunica com o corpo. Contudo, em julho, os sintomas pioraram e as suspeitas da mulher confirmaram-se.

Foi-lhe diagnosticada DNM, uma doença rara que afeta o cérebro e os nervos, causando uma fraqueza crescente ao longo do tempo. “No dia 20 de julho, tive a minha consulta na clínica de neuropatia. Chamaram o meu nome e a minha mãe, o meu companheiro e eu entrámos numa sala com o médico e duas enfermeiras. Fiz um breve exame à minha força e disseram-me que era MND. O neurologista disse que não me podia dizer quanto tempo me restava, pois cada pessoa é diferente”, partilhou.

“Senti que tinha de me ir embora, não podia ficar, senti-me claustrofóbica e os meus piores receios tinham-se tornado realidade. As simpáticas enfermeiras levaram-me para outra sala, mas eu não conseguia perceber nada do que me diziam. Queria voltar a não saber, mas era óbvio que tinha a doença do neurónio motor”, afirmou.

Nickie contou ainda que a doença afetou a sua fala, teve de se despedir do trabalho e também tem dificuldade em socializar. Além disso, “comer é uma luta”, já que a “língua não funciona corretamente” e pode provocar “episódios de engasgamento”, havendo a possibilidade de lhe ser colocada uma “sonda de alimentação mais cedo ou mais tarde”.