Valérie Bacot foi condenada a quatro anos de prisão, três deles com pena suspensa, por ter assassinado o ex-padrasto e marido que a violava desde os 12 anos e prostituía desde os 14 anos. Contudo, como já tinha cumprido um ano de prisão preventiva, esta sexta-feira, 25 de junho, a francesa de 40 anos saiu em liberdade. O desfecho do caso que chocou França e serviu como símbolo do que ainda há por fazer em relação à violência doméstica e ao abuso sexual terminou com lágrimas de felicidade e aplausos, noticia o "Público". 

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"Quero agradecer ao tribunal e todo o apoio que recebi de toda a gente. É um novo combate agora por todas as outras mulheres e todos os tipos de maus tratos. Não me sinto aliviada, sinto-me vazia psicologicamente e fisicamente", disse Valérie Bacot aos jornalistas à saída do tribunal, cita o "Jornal de Notícias". 

A francesa de 40 anos, violada desde os 12 anos por Daniel Polette, com quem mais tarde teve quatro filhos, saiu em liberdade depois de o júri do julgamento seguir o pedido de clemência do procurador-geral e considerar que a acusada era "uma vítima, muito claramente". "Valérie Bacot não poderia tirar a vida daquele que a aterrorizava", mas deve-se "fixar a interdição sem reencarceramento", havia referido o procurador-geral, Eric Jallet, perante o Tribunal de Saône-et-Loire, no Centro-Leste de França, diz o "Le Monde", citado pelo "Público".

Para a decisão final, a presidente do júri, Céline Therme, sublinhou que os jurados tiveram em conta "o terror" em que Valérie viveu durante anos e que o crime derivava dos "múltiplos traumatismos da sua infância", escreve o mesmo jornal. O crime ocorreu em 13 de março de 2016 quando Valerie Bacot ouviu uma conversa entre o marido e a filha, de 14 anos, em que ele estava a fazer-lhe perguntas sobre a sua sexualidade, escreve o "JN".