A variante B.1.1.529 — como é denominada — está a deixar os países em alerta e a Comissão Europeia já mostrou intenção de limitar as viagens entre a África Austral a União Europeia. A nova variante detetada pela primeira vez a 11 de novembro no Botsuana e foi posteriormente identificada na África do Sul e também em Hong Kong. Com o objetivo de perceber melhor a variante, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já marcou uma reunião para esta sexta-feira, 26 de novembro.
"Ainda não sabemos muito sobre esta variante. Aquilo que sabemos é que esta variante tem um grande número de mutações. A preocupação é que, quando temos tantas mutações, isso pode ter um impacto no modo como o vírus se comporta", afirmou numa conferência de imprensa esta quinta-feira, 25, Maria Van Kerkhove, responsável da OMS pelas questões relacionadas com a COVID-19.
A nova variante é a causa da subida exponencial de novos casos de COVID-19 na África Austral, "com um aumento de 48% de novos casos de infeção na última semana", avançou Matshidiso Moeti, diretora da OMS para África, e suscita também grande preocupação a nível global pelo facto de prever-se que a variante B.1.1.529 seja bastante resistente às vacinas contra o vírus.
Isto porque, segundo Sajid Javid, ministro da Saúde britânico, a variante, que descreve como "a pior de sempre", fará com as vacinas sejam menos 40% eficazes, cita o jornal "Daily Mail". Contudo, os cientistas ainda não têm dados concretos sobre a relação entre a nova variante e a eficácia das vacinas que têm sido administradas.
Tal como Sajid Javid, os governantes de outros países, como Israel e Singapura, já restringiram as viagens com origem da África Austral ainda antes de essa proposta ter sido anunciada pela Comissão Europeia, que tem como objetivo chegar a um acordo com os Estados-membros da União Europeia para "ativar o travão de emergência para parar as viagens aéreas da região da África Austral devido à variante de preocupação B.1.1.529", disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no Twitter.