Pawel Bielecki, um padre de 48 anos dos Franciscanos Capuchinhos foi detido no sábado, 17 de agosto, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, por suspeitas de fraude. O sacerdote terá roubado perto de um milhão de dólares (quase 900 mil euros) ao fazer-se passar por membro da realeza e por um médico no Líbano.
Foi a própria ordem religiosa que reportou o comportamento de Pawel Bielecki aos procuradores e os capuchinhos não foram envolvidos neste esquema. “Os Frades Franciscanos Capuchinhos são uma ordem mundial de padres e irmãos católicos e acreditamos firmemente que ninguém deve violar a confiança pública – em primeiro lugar e acima de tudo um membro da Igreja. É por isso que a nossa província denunciou a atividade suspeita à Procuradoria dos Estados Unidos e estamos a cooperar plenamente com eles”, escreveram num comunicado enviado ao portal católico The Pillar.
Além de angariações de fundo, o padre, através de entrevistas na rádio ou em podcasts, pedia dinheiro para financiar supostas despesas médicas em clínicas que alegadamente geria no Líbano. Contudo, o sacerdote ficava com esse montante e gastou-o em luxos entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2024, como pagar uma mensalidade de 300€ num ginásio, cirurgias plásticas e refeições em restaurantes caros.
Numa rádio local de Nova Iorque, Pawel chegou a apresentar-se como padre e médico com uma clínica em Beirute, no Líbano, para apoiar os cristãos no Médio Oriente, mas as autoridades concluíram que este não tem título de médico. Além disso, em agosto de 2020, afirmou que ficou ferido numa explosão nesse país, quando os seus registos de viagens mostram que este não saiu dos Estados Unidos entre dezembro de 2019 e abril de 2022. Além de médico, Pawel também se fez passar por um membro da realeza britânica e dinamarquesa para extorquir dinheiro.
Nos capuchinhos, o padre fez um voto de pobreza que o impede de ter propriedades e contas bancárias em seu nome, sendo que cada sacerdote recebe uma espécie de salário de 250 dólares (quase 225€) para despesas pessoais.
O homem juntou-se aos capuchinhos com 18 anos, na Polónia, onde nasceu, foi ordenado padre em 2001 e foi para Nova Iorque em 2011. Pawel está a ser acusado de fraude e pode ser condenado a 40 anos de prisão, e os capuchinhos ainda não terão tomado uma decisão relativamente ao seu futuro.