A polícia tailandesa diz ter provas para acusar o filho do ator espanhol Rodolfo Sancho, que confessou ter matado e desmembrado um cirurgião colombiano na ilha tailandesa de Koh Pha Ngan, de homicídio premeditado. E já começaram a surgir teorias de que o chef de 29 anos terá tido um cúmplice, de acordo com a "Lecturas".

"Temos provas suficientes e agora cabe ao tribunal iniciar o julgamento", disse Somsak Nurod, chefe de investigação da esquadra de polícia de Koh Pha Ngan, de acordo com a "Sports Finding". Isto significa que Sancho, caso seja julgado na Tailândia, poderá mesmo ser condenado à pena de morte.

Embora as certezas em que a polícia tailandesa está a sustentar o caso não pareçam pôr em cima da mesa a possibilidade da existência de um cúmplice na morte de Edwin Arrieta, as teorias criminais que vão surgindo, que deixam patente que o filho do artista poderá não ter concretizado o crime sozinho, ganham cada vez mais força.

"Tenho a certeza de que ele estava acompanhado", explicou Carmen Balfagó no programa 'Así es la vida', citada pela publicação espanhola. "O desmembramento de um cadáver leva muito tempo", acrescenta a criminologista, justificando a sua linha de pensamento – e tendo em conta que o jovem terá dito que apenas demorou três horas, os profissionais acham difícil que tenha conseguido fazê-lo em tão pouco tempo.

Mas este não é o único motivo de desconfiança de Balfagó, que frisou que "é um absurdo que uma parte [do corpo do cirurgião] tenha sido deitada ao mar e a outra não". "Se tivesse alugado um caiaque e deitado [ao mar] o corpo inteiro, nunca teria sido descoberto", continuou.

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"Parece que há um acordo com outra pessoa, pouco organizada, para que se desfaça do corpo num aterro, dentro de um saco. E essa pessoa deixa ali o talão de compra do material com que supostamente o matou", afirmou a criminologista, citada pela publicação espanhola, deixando evidente a sua desconfiança perante todos estes factos, cujas respostas só chegarão depois de a investigação ser concluída.

Tendo em conta que Daniel Sancho foi acusado de homicídio premeditado, a família enviou um comunicado à agência EFE através Fernando Oca, diretor da firma de advogados que representa o chef espanhol. Isto porque, até então, quase que não se pronunciaram em relação ao sucedido.

"Agradecemos o interesse da imprensa, mas não podemos fazer declarações neste momento para não interferir na investigação e respeitar o momento muito doloroso que ambas as famílias vivem nesta terrível situação que tivemos que viver", lê-se no comunicado, citado pela "Hola". "Lamentamos muito a morte de Edwin e estamos solidários com a sua família", concluem.

Daniel Sancho terá matado e desmembrado Edwin Arrieta, tendo escondido os restos mortais para ocultar a morte ou a causa da morte da vítima. A sua detenção ocorreu depois de restos mortais de um homem terem sido encontrados num aterro sanitário na ilha tailandesa Koh Pha Ngan e de testes de ADN confirmarem que pertenciam ao cirurgião, que tinha sido dado como desaparecido.

O filho do ator acabou por confessar o que fez. Na noite anterior à última festa em que participaram, a Full Moon Party, Edwin tê-lo-á levado para o quarto do hotel e tentado ter relações sexuais. Sancho recusou a tentativa do amigo e diz tê-lo empurrado, fazendo com que o homem batesse com a cabeça e ficasse estendido no chão, sem vida. Depois desmembrou-o e desfez-se dos restos mortais.