O grupo de media liderado por Rupert Murdoch terá pagado uma "quantia avultada de dinheiro" ao príncipe William em 2020. O valor terá servido de indemnização, num acordo extrajudicial para evitar que um novo caso de escutas ilegais chegasse à barra dos tribunais.

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O "The Guardian" avança em primeira mão com este novo escândalo que ameaça abalar a coroação do rei Carlos III, marcada para 6 de maio. O diário britânico noticia que esta revelação consta de novos documentos apresentados em tribunal pelo príncipe Harry, ele próprio envolvido numa batalha judicial contra a News Corp, que detém títulos como o "The Sun", "The New York Post" ou a Fox News.

O duque de Sussex alega ter sido feito um "acordo secreto" entre a família real britânica e "executivos de topo" da News Corp antes de 2012, acordo esse que foi acompanhado e teve o consentimento da rainha Isabel II. Neste alegado acordo, os membros da família real britânica aceitariam atrasar quaisquer processos judiciais contra o grupo de media em troca de um pedido de desculpas mais tarde. Harry alega que este acordo aconteceu porque a instituição queria evitar "danos reputacionais" como os de 1993, em que gravações de conversas telefónicas entre o então príncipe Carlos e Camilla Parker-Bowles foram reveladas publicamente, num escândalo denominado "Tampongate".

No processo judicial que tem contra o grupo de media, e que está a decorrer na justiça britânica, Harry terá incluído este alegado pagamento feito ao irmão como forma de provar que existe esse tal entendimento entre a família real britânica e a empresa de Rupert Murdoch. O duque de Sussex não especifica se o acordo esteve relacionado com o "The Sun" ou o já extinto "News of The World", tabloide encerrado em 2011, no âmbito de uma mega investigação relacionada com escutas ilegais a celebridades, políticos e outras figuras de relevo.

Harry argumenta que, em 2017, a News Corp falhou a sua parte do acordo, quando tentou que o grupo de media emitisse um pedido de desculpas. E é deste então que o irmão mais novo do príncipe William tem levado a cabo uma batalha legal, composta por vários processos, nos quais acusa três grupos de media (News Corp, Mirror Group e Associated Newspapers Limited, detentora do "Daily Mail") de obter informações sobre a sua vida privada de forma ilegal, usando métodos como piratear voicemails e chamadas telefónicas. De acordo com o "The Guardian", nem o palácio de Buckingham nem o palácio de Kensington quiseram comentar estas alegações.

A poucos dias das cerimónias de coroação do rei Carlos III, marcadas para o fim de semana de 6 e 7 de maio, estas novas revelações vêm ensombrar as celebrações e tornar ainda mais difícil uma possível reconciliação entre Harry, o pai e o irmão. O duque de Sussex vai marcar presença nas cerimónias, mas não estará acompanhado nem da mulher, Meghan Markle, nem dos filhos, Archie, que faz 4 anos no dia da coroação, e Lilibet, de 19 meses.