O presidente da federação espanhola de futebol, Luis Rubiales, está debaixo de fogo desde dia 20 de agosto, data em que a seleção feminina espanhola venceu a Inglaterra no Mundial de futebol feminino em Sidney, na Austrália, e em que beijou a jogadora Jenni Hermoso de uma forma não consensual.

Desde então, pediu "justiça" e avançou que não iria demitir-se. "Foi um beijo espontâneo, eufórico. Foi consentido", disse, a 25 de agosto. Acabou afastado de funções durante 90 dias e corre o risco de ser banido do futebol por 15 anos se a FIFA, a Federação Internacional do Futebol (e o mais importante órgão do futebol mundial), assim o decidir.

Rubiales poderá ser banido do mundo de futebol durante 15 anos após beijo não consensual a jogadora
Rubiales poderá ser banido do mundo de futebol durante 15 anos após beijo não consensual a jogadora
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Num novo comunicado citado pelo "Record", vem pedir perdão. "Aprendi que não importa quão grande seja a alegria e profunda a emoção, mesmo ao ganhar um Mundial, os líderes desportivos devem ser obrigados a exibir um comportamento exemplar, e o meu não foi", disse.

"No passado dia 20 de agosto cometi erros óbvios, dos quais me arrependo, sinceramente, de coração. É verdade que pedi perdão por tais erros porque era justo; e agora faço-o de novo com humildade. Faço-o com convicção e com o propósito de melhorar", continuou.

"Em nome do feminismo não deveríamos tentar derrubar um homem – ou uma mulher – sem um julgamento justo. Igualdade significa direitos idênticos para todos. A justiça é aplicada a pessoas sem que o género tenha que determinar previamente o resultado", crê.

Rubiales acrescentou ainda que está a ser alvo de um "linchamento político e mediático sem precedentes", tanto a nível nacional como mundial. "Preocupa-me especialmente que alguns daqueles que deveriam proclamar e ajudar a garantir a separação de poderes no nosso país, insistam em participar e fazer pressão contra mim, em vez de deixar a justiça agir", afirmou.

A mãe de Luis Rubiales fechou-se numa igreja em Espanha, em greve de fome, até a "perseguição desumana e sangrenta" ao filho acabar. Ángeles Béjar queria que Jenni Hermoso dissesse "a verdade". Dois dias depois, acabou por ser levada para o hospital de urgência.