Depois de Donald Trump ter publicado um vídeo onde dizia ter "aprendido muitas coisas novas" sobre a COVID-19, o presidente dos EUA decidiu sair do hospital onde está internado para acenar, dentro de um carro blindado, aos seus apoiantes. Ainda que Donald Trump não tenha saído do carro blindado onde se encontrava, e tenha usado máscara, dentro do veículo seguiam vários agentes que foram postos em risco de infeção pelo próprio presidente.

COVID-19. Trump põe agentes secretos em risco ao aparecer em público para acenar aos eleitores

Em declarações à imprensa, Judd Deere, porta-voz da Casa Branca, revelou que a saída foi "autorizada pela equipa médica do presidente que garantiu que era segura". Em causa, continuou, estava o facto de terem sido asseguradas todas as medidas de precaução, inclusive o uso de equipamento de proteção pessoal por parte de Trump — mas também da equipa da Casa Branca e dos agentes dos Serviços Secretos.

Trump é o principal culpado por ter COVID-19. É esta a convicção de 65% dos americanos
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Apesar das declarações, James P. Phillips, um dos médicos do hospital de Walter Reed, onde o presidente está internado, e um dos maiores críticos da forma como Donald Trump tem vindo a gerir a questão da pandemia diz que esta atitude foi uma completa "loucura".

"Qualquer pessoa que esteve dentro daquele veículo durante aquele passeio presidencial completamente desnecessário vai ter de fazer uma quarentena de 14 dias. Qualquer um deles pode ficar doente. Ou morrer", revelou em declarações à "ABC News".

"Não passou de teatro político comandado por Trump, que ordenou que aquelas pessoas pusessem as suas vidas em risco só para fazer teatro", continuou.

O passeio de Trump surge numa altura em que continua a haver muita incerteza quanto à evolução do seu quadro clínico. Ainda que a Casa Branca e a equipa médica responsável pelo acompanhamento do caso garantem que o presidente está estável e saudável, uma fonte próxima e conhecedora da situação garante, à CNN, que "as últimas 24 horas foram preocupantes" e que esta semana será crítica.

Melania Trump, cujo resultado para o teste à COVID-19 também foi positivo, está considerada em estado estável e não inspira cuidados.