Ao longo de quase 10 anos, Dominique Pélicot recrutou dezenas de homens online para violarem a mulher, Gisèle, enquanto esta estava inconsciente, sob o efeito de medicamentos. E foi graças à coragem de Nathalie que está a decorrer o julgamento do francês de 71 anos.
No dia 12 de setembro de 2020, os seguranças do Leclerc de Carpentras repararam num homem que andava pelo supermercado, a filmar debaixo das saias das clientes. Segundo a BFMTV, naquele dia, Pélicot já tinha filmado debaixo das saias de três mulheres e começou a fazer o mesmo com a quarta vítima, Nathalie, mãe de dois filhos, quando um segurança interveio e lhe apreendeu o telemóvel.
“Ele estava a filmar debaixo do seu vestido!”, disse o polícia a Nathalie. Quatro anos depois deste episódio, Nathalie falou pela primeira vez e afirmou: “felizmente, apresentámos queixa.". “Por pelo menos dois anos, não fui às compras de vestido e o vestido que estava a usar naquele dia foi para o lixo", confessou.
Acusado de violar Giséle Pélicot diz que não consegue dormir com pesadelos
Um engenheiro civil, um dos 50 acusados de violar Gisèle Pélicot afirmou em tribunal que "sente tristeza" pela vítima. Cyrille Delville, de 54 anos e pai de dois filhos, é o terceiro dos 50 homens a ser ouvido no julgamento dos crimes sexuais que tem chocado França.
Delville confessou ter abusado sexualmente de Giséle Pélicot. O seu nome surgiu nos dispositivos apreendidos pela polícia em casa de Pélicot em 2020, quando este foi detido por filmar debaixo das saias de mulheres no supermercado local.
"Não sei se algum dia vou conseguir esquecer isto. Não consigo dormir. Tenho pesadelos", disse o homem de 54 anos enquanto era ouvido em tribunal. Acrescentou ainda que, devido ao envolvimento no caso foi deixado pelo mulher, que, de acordo com o "Daily Mail", conhecia há 32 anos.
Julgamento de Dominique Pélicot e dos 50 acusados vai decorrer até ao final do ano.