O reconhecimento da categoria profissional específica e a melhoria da condição salarial. Estes são os dois principais fatores que levaram o sindicato nacional de motoristas de matérias perigosas (SNMMP) a convocar uma greve, iniciada na madrugada desta segunda-feira, 15 de abril.

Com uma adesão a rondar os 100%, a greve está a ganhar proporções inesperadas. Os motoristas juntaram-se para tentar barricar o acesso de camiões-cisterna ao centro logístico de combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, ação que resultou na declaração de uma “situação de alerta” por parte do governo.

Ainda durante a tarde de terça-feira, 16, gerou-se uma corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, que provocou um congestionamento de trânsito bem como o esgotamento de combustíveis em dezenas de bombas por todo o País.

Com a situação longe de estar resolvida, o governo já garantiu 40% dos abastecimentos em Lisboa e no Porto, no âmbito do cumprimento dos serviços mínimos. No entanto, Pedro Henriques, do SNMMP, garante que a greve se mantém nos “100% de adesão” e que “a única coisa que está a ser feita é o transporte organizado para o aeroporto”.

Os sindicalistas prometem que a paralisação irá continuar por tempo indeterminado. Nesse sentido, o governo admite alargar os serviços mínimos a outras áreas do País.

Até lá, as filas continuam a aumentar, ou simplesmente são interrompidas pelo esgotamento das matérias-primas. Além dos privados, já existem taxistas parados e transportes públicos suprimidos ou condicionados. Nas redes sociais, as pessoas vão transmitindo fotografias e vídeos in loco, que espelham as consequências da já apelidada "crise dos combustíveis".