
A Aliança Democrática (AD) anunciou a intenção de proibir o uso de telefones nas escolas até ao 6.º ano de escolaridade, caso vença as eleições legislativas de 18 de maio. A medida, incluída no programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP, visa transformar em lei a atual recomendação do Ministério da Educação, que sugere a restrição do uso de telefones nos 1.º e 2.º ciclos .
A proposta surge num contexto de crescente preocupação com os efeitos do uso excessivo de dispositivos móveis por crianças e jovens. Estudos indicam que o uso prolongado de telefones pode afetar negativamente a concentração, o desempenho académico e as interações sociais dos alunos. Além disso, a exposição a conteúdos inadequados e o cyberbullying são riscos associados ao uso indiscriminado de dispositivos no ambiente escolar.
A proposta já gera opiniões divergentes entre especialistas e representantes da comunidade educativa à vários anos. Enquanto alguns defendem a proibição como forma de promover o desenvolvimento social e académico dos alunos, outros argumentam que a decisão deve ser tomada pelas próprias escolas, considerando as suas realidades específicas
A discussão sobre o uso de telefones nas escolas tem sido acompanhada por iniciativas da sociedade civil. A petição "VIVER o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones" reuniu mais de 23 mil assinaturas, defendendo a proibição do uso até ao 9.º ano.
A proposta da AD será debatida no Parlamento nas próximas semanas, num contexto em que o equilíbrio entre o uso responsável da tecnologia e o bem-estar dos alunos continua a ser um tema central no debate educativo em Portugal.