António José Pinto Doce, agente principal no Comando Distrital da PSP de Évora, morreu este domingo, 13 de dezembro, na sequência de um atropelamento ao tentar socorrer uma mulher das agressões do companheiro em plena via pública no Rossio de São Brás, em Évora. O polícia foi encaminhado para o Hospital do Espírito Santo, em Évora, em estado grave, mas não resistiu à lesões e o óbito foi dado já pelas 00h54.
Tudo aconteceu quando na noite de sábado, 12, um homem "arrastou a mulher pelo chão e obrigou-a a entrar numa viatura", relata a Polícia da Polícia de Segurança Pública (PSP) numa nota de pesar publicada no Facebook. No local estava o polícia do Comando Distrital da PSP de Évora, que não se encontrava em serviço, mas "em cumprimento da sua missão, interveio para fazer cessar o crime em curso".
"Ao tentar impedir a fuga do agressor, o Polícia foi atropelado pela viatura conduzida por aquele, sendo arrastado cerca de 40 metros", revela a PSP. O impacto da viatura acabou por causar graves lesões ao agente, que foi de imediato transportado e assistido no Hospital do Espírito Santo, em Évora.
Quanto ao agressor, depois de fugir na viatura, acabou por ser intercetado por guardas da Guarda Nacional Republicana (GNR), na zona de Alcabideche, em Sintra, após ter sido emitido um alerta pelo Centro de Comando e Controlo Estratégico da PSP às autoridades. O caso já foi encaminhado para a Polícia Judiciária.
O polícia António José Pinto Doce, de 45 anos, era casado e pai de dois filhos. Perante a perda do agente numa situação de violência contra uma mulher, a PSP "enaltece a ação do Polícia que, honrando a condição policial, levou até às últimas consequências o seu juramento de 'dar a própria vida, se preciso for', na permanente defesa e proteção dos nossos concidadãos", escreve na publicação.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, emitiu na tarde deste domingo, 13, uma nota no site da Presidência da República, referindo-se ao polícia como "mais um exemplo nacional de alguém que, mesmo não estando em serviço, deu a vida pelo próximo e a quem Portugal deve sentida homenagem".
No comunicado, que lamenta a morte do agente principal António José Pinto Doce, é ainda revelado que Marcelo "já falou pessoalmente com a viúva do Agente, dirigindo as mais sentidas condolências também aos seus filhos, familiares e amigos, assim como à Polícia de Segurança Pública".
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, também já se pronunciou sobre a morte do polícia em nome do Governo. “Neste momento trágico, apresento as mais sentidas condolências aos familiares, amigos e a todos os polícias da Polícia de Segurança Pública que diariamente cumprem de forma abnegada a sua missão", diz num comunicado a que o jornal "Público" teve acesso.