À semelhança do ano passado, as cerimónias religiosas da Semana Santa voltam a decorrer sob restrições. O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) emitiu orientações para os vários momentos da semana, desde o Domingo de Ramos — hoje, 28 de março — à vigília pascal, para que "apesar desta situação dolorosa", não "se extinga a esperança da Páscoa", pode ler-se numa mensagem do CEP divulgada a 11 de março, dias antes de as missas terem sido retomadas.

Posso dar um passeio? Ir ao cabeleireiro? Passar de concelho? O que pode e não pode fazer na Páscoa
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Em linha com o plano de desconfinamento apresentado pelo governo a 11 de março, a Igreja decidiu voltar a realizar missas a partir de 15 de março e, por esta altura, já se pensava também como seriam celebrados os momentos da Semana Santa. O CEP decidiu que este ano, no Domingo de Ramos, devem ser evitados ajuntamentos de fiéis e que tanto ministros como fiéis deveriam ter o seu próprio ramo. "Que de nenhum modo seja permitido a entrega ou a troca de ramos", clarificou em comunicado.

Já na missa crismal — que se celebra tradicionalmente na manhã de quinta-feira Santa, 1 de abril —, em caso de impossibilidade de reunir pastores, ministros e fiéis para a celebração, foi definido que o "bispo diocesano avalie a possibilidade de transferi-la para outro dia, de preferência dentro do Tempo Pascal". Também para este dia, a CEP determinou que não haverá o habitual ritual de beijar a cruz, apenas permitido ao presidente da celebração da Sexta-feira Santa.

Este ritual foi alvo de uma polémica no ano passado, uma vez que foram realizadas cerimónias numa rua em Barcelos e no Centro Social de Paderne, em Melgaço, mesmo quando as regras do estado de emergência o impediam. As responsabilidades por ambos os atos proibidos estão ainda a ser investigadas pelo Ministério Público e outros dois, em Famalicão e Vila Verde, foram arquivados, de acordo com o "Jornal de Notícias".

Em caso de serem apurados culpados, incorrem num crime de propagação de doença contagiosa ou por desobediência e por ter desrespeitado as regras durante o estado de emergência, devido à pandemia da COVID-19, avança o mesmo jornal.