O tema da renda da avó de Mariana Mortágua será certamente um dos abordados no debate desta sexta-feira, 23, que reunirá os líderes dos partidos com assento parlamentar. 12 dias depois de a coordenadora do Bloco de Esquerda ter trazido o tema para a esfera pública, durante o frente a frente com Luís Montenegro, há dados novos sobre o caso, revelados pela revista "Sábado".
A avó de Mariana Mortágua vive num apartamento da Avenida de Roma, uma das mais caras de Lisboa, pagando 400€ de renda. O preço médio de arrendamento nesta zona vai, segundo a "Sábado", dos 1868€ (T1) aos 2465€ (T3). A casa onde habita é arrendada a uma Instituição Particular de Solidariedade Social. No debate de 10 de fevereiro, referindo-se à alteração da lei das rendas de 2012, Mariana Mortágua recordava o "sobressalto" da avó ao ter recebido "cartas do senhorio". A situação da avó de Mariana Mortágua, na altura com 78 anos, já não se enquadrava nas alterações legislativas relativamente ao arrendamento, uma vez que só inquilinos até aos 65 anos poderiam ver as suas rendas inflacionadas.
No debate seguinte, desta vez frente a Rui Tavares, Mariana Mortágua disse que a avó "sentiu esse sobressalto", relativamente aos avisos que eram obrigatórios fazer aquando da entrada em vigor do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU).
Nesse debate, Mariana Mortágua não esclareceu se a avó estava abrangida pela nova lei, dizendo que a nova lei "criou um regime de insegurança e sobressalto" e que não fazia "muito sentido discutir as questões particulares". Já no debate com André Ventura, a líder do Bloco de Esquerda disse: "Eu não minto. A minha avó soube aos 80 anos que, aos 85, a renda podia saltar".
De acordo com a "Sábado", a avó de Mariana Mortágua vive "há décadas" num apartamento arrendado numa das zonas mais caras de Lisboa, a avenida de Roma. A casa fica num prédio que pertence à Fundação Octávio Maria de Oliveira, uma instituição privada de solidariedade social. A "Sábado" cita uma fonte conhecedora do processo que adianta que os inquilinos sempre foram contactados por carta mas para serem informados da atualização das rendas de acordo com a inflação. Aquando a entrada em vigor do NRAU, a avó de Mariana Mortágua tinha 78 anos, ou seja, estava excluída da possibilidade de despejo contemplada pela nova lei, que ditava que, caso os inquilinos não aceitassem a atualização das rendas, podiam ficar sem casa (exceção feita para maiores de 65 anos).