Portugal regista já 42.141 infetados e 1.568 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico desta terça-feira, 30 de junho. Estes números representam um aumento de 229 infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são de mais 8 do que as de ontem.

Estes dados são atualizados um dia depois de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa culpar a DGS e o Ministério da Sáude pelo aumento de números de casos de contágio de COVID-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo. "Com maus chefes e pouco exército, nós não conseguimos ganhar esta guerra", disse Fernando Medina num espaço de comentário do canal TVI24, na noite de segunda-feira, 29 de junho. "Não é nenhum problema de alta tecnologia, é um problema da qualidade das chefias no terreno e de quantidade de exército disponível."

Pneumologista alerta para o perigo da COVID-19 nos jovens. "Temos de perceber que a doença é nova e que não sabemos as consequências"
Pneumologista alerta para o perigo da COVID-19 nos jovens. "Temos de perceber que a doença é nova e que não sabemos as consequências"
Ver artigo

O autarca terá apelado ao sentido de responsabilidade e à celeridade das autoridades de saúde, para que se reponha a "ordem na casa". "Ou as chefias em matéria de Saúde em Lisboa conseguem, em muito poucos dias, pôr ordem na casa e dar sinais claros de que têm a situação sob controlo, ou essas chefias todas têm de ser reavaliadas", disse — acrescentando ainda que, na falha da resolução do problema, "é essencial que [as chefias] sejam mudadas agora; daqui a um mês é tarde."

E adianta ainda que os novos confinamentos não foram feitos de forma adequada, uma vez que a avaliação para a implementação de medidas teve apenas em conta "uma situação de focos muito localizados, em núcleos de construção civil, em fábricas, de trabalhadores da limpeza e núcleos de trabalho temporário", que, diz, já "não é a realidade" do momento.

Este novo boletim é também atualizado no mesmo dia em que a DGS confirmou não haver quaisquer evidências científicas de que os aparelhos de ar condicionado possam propagar e transmitir o novo coronavírus.

COVID-19. As novas regras que terá de cumprir nas freguesias problemáticas de Lisboa e no resto do País
COVID-19. As novas regras que terá de cumprir nas freguesias problemáticas de Lisboa e no resto do País
Ver artigo

"Tendo em conta o atual conhecimento científico sobre as vias de transmissão do SARS-CoV-2, não existe evidência de que os sistemas de ar condicionado estejam implicados na propagação deste vírus, desde que esteja assegurada a sua correta instalação e manutenção periódica", clarificou fonte da autoridade de saúde ao "Correio da Manhã".

No entanto, a mesma fonte explica que este detalhe não dispensa  "a importância de garantir a ventilação natural dos espaços fechados", já que é nesses contextos que o vírus mais tende a propagar-se. "Foi também elaborada uma orientação técnica que será publicada brevemente", explica fonte da DGS ao mesmo jornal.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, a nova orientação para o uso de aparelhos de ar condicionado deverá abranger edifícios públicos, de habitação, comerciais e serviços. A exceção, pelo menos inicialmente, serão os hospitais — uma vez que requerem normas mais específicas.