Como se se tratasse de um campo minado, os espaços verdes de Carnide, em Lisboa, estão a ser invadidos por esculturas de cocó numa ação de consciencialização inovadora na região. "Neste chão não brinca o seu cão", é o slogan da iniciativa promovida pela Junta de Freguesia de Carnide que, ao longo da última semana, quis alertar todos os moradores para um problema que sem tem tornado cada vez mais constante.

Segundo Fábio Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Carnide, à revista "Time Out", têm sido reportados cada vez mais dejetos de animais espalhados pelas ruas e pelos jardins. "Este é um problema que se sente em Carnide e queríamos pegar no assunto e pôr as pessoas falar sobre isso."

E a verdade é que conseguiram, a julgar pelas várias partilhas nas redes sociais de utilizadores que foram apanhados de surpresa. Um deles foi Mário Rui André, co-fundador e diretor-adjunto do jornal "Shifter" que, na sua página de Twitter, elogiou a iniciativa através de uma fotografia das esculturas junto à estação de metro de Carnide.

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"Uma campanha bem peculiar e engraçada (julgo que da Junta de Freguesia de Carnide), para lembrar os donos de cães para a importância de manter os jardins livres de cocó", comentou.

E a ideia é que esta seja uma iniciativa em constante movimento. Ainda segundo a "Time Out", as esculturas são montadas num qualquer espaço verde de Carnide. No entanto, durante a noite são mudadas para uma outra zona que também sofra do mesmo problema. "A ideia é que rodem por todos os jardins. Além das esculturas, há também umas bandeirolas de alerta que assinala zonas perigosas, como se de um campo de minas se tratasse", lê-se na mesma publicação.

A exposição vai estar em movimento durante dois meses. Espera-se que, depois desse período, sejam disponibilizadas a outras Juntas de Freguesia. No entanto, Fábio Sousa garante à revista que a ação de consciencialização não vai terminar ao final dos dois meses.

"Temos mais capítulos do projeto, mas esta é a parte mais inovadora", diz. Está planeada a criação de outras iniciativas, como a implementação de mais e novas redes de sacos para que os moradores possam apanhar os cocós dos seus animais.