Foi a 15 de dezembro de 2013, na praia do Meco, em Sesimbra, distrito de Setúbal, que seis jovens morreram durante uma praxe. Esta terça-feira, 13 de abril, começa o julgamento do processo cível sobre o caso, sessão que vai contar com 30 testemunhas. Em causa estão seis ações cíveis contra o "dux" João Gouveia e a COFAC - Cooperativa de Formação e Animação Cultural, CRL (Universidade Lusófona) apresentadas pelos pais das vítimas.

Além de as famílias responsabilizarem o réu João Gouveia da morte dos jovens na praia do Meco, a defesa sustenta que "estão em causa o funcionamento da organização denominada COPA [Comissão Oficial de Praxes Académicas] no seio da ULHT [Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias] e atividades praxistas levadas a cabo ao longo dos anos", diz, de acordo com o jornal "Observador".

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O inquérito às circunstâncias da morte dos seis jovens — aberto quando o corpo de Tiago Campos foi encontrado um dia depois da tragédia — acabou por ser arquivado em julho de 2014 e reaberto em outubro do mesmo ano, altura em que João Gouveia foi constituído arguido.

Contudo, no ano seguinte, o caso não seguiu para julgamento, uma vez que no entender do Tribunal de Instrução Criminal de Setúbal, bem como do Tribunal da Relação de Évora, as vítimas eram adultas e não tinham sido privadas da liberdade durante a praxe, deixando assim o "dux" João Gouveia livre de responsabilidade criminal.

Ainda assim, o caso não ficou por aqui e foi então que os pais dos seis jovens que morreram em 2013 decidiram avançar com seis ações cíveis contra João Gouveia em 2016. Essas vão agora a julgamento contra o único sobrevivente da tragédia no Meco: o "dux".