Esta sexta-feira, 1 de outubro, um grupo de encarregados de educação de um colégio em Lisboa denunciou ter recebido uma carta aberta na escola, datada de 24  de julho, que considera que os jovens e as crianças não devem ser vacinados contra a COVID-19.

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Hugo Mouro, encarregado de educação, disse ter achado a "situação muito estranha" depois de perceber que os papéis que uma das auxiliares lhe tinha dado à entrada do estabelecimento de ensino tinham que ver com uma carta contra a vacinação na qual diversos médicos sustentam que a vacina contra a COVID-19 tem poucos benefícios nos jovens e nas crianças, escreve o "Observador", citando a agência Lusa.

Após ler a carta, Hugo Mouro decidiu ir buscar o filho e retirá-lo da escola em questão, adiantando que até ao dia não tinha qualquer tipo de queixa contra o colégio "O Pelicano". "Ainda estou a processar, não estava nada à espera. Vê-se que a primeira folha do documento é descaracterizada, não há logótipo nenhum do colégio, só se encontra datada de 30 de setembro e é assinado pela Direção do Colégio", disse o encarregado de educação, que considera que "não são as escolas a ditar a saúde publica", escreve a mesma publicação.

Na carta, que se dirige aos "pais, avós, famílias, professores, profissionais de saúde, agentes e militares das forças de segurança e a todos quanto se preocupam com a humanidade", pode ler-se, entre outras frases, "esta 'vacina' pode matar ou deixar sequelas permanentes", escreve o mesmo jornal.

Diretora do Colégio recusa ligação a negacionistas e explica porque decidiu distribuir a carta

Marina Aires Pereira, diretora do colégio "O Pelicano" e vice-presidente da Fundação "A Caridade", explicou, à SIC, que recebeu a carta aberta e que entendeu distribuir aos funcionários e pais porque a informação estava assinada por médicos e enfermeiros. Marina Aires Pereira fez ainda questão de frisar que isso não significa que a direção se associe a movimentos negacionistas e que cada um decide em liberdade e responsabilidade, escreve a SIC Notícias.

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Rui Martins, da Confederação Nacional Independente dos Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), revelou à Lusa "não ter tido qualquer tipo de queixa até ao momento" sobre este documento poder estar a ser distribuído em outras escolas do país, escreve o "Observador". Ainda assim, Rui Martins considera que situação "não é normal". "Os pais que se negam à vacinação querem fazer prevalecer que esse é o caminho, mas tal não é correto. Tem que ver com a corrente negacionista, que respeitamos, mas os números da vacinação falam por si", disse.

O mesmo acontece com Rodrigo Queirós e Melo, da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, que diz não ter tido conhecimento "nem deste caso, nem de nenhum semelhante no setor de escolas que engloba", lê-se na notícia avançada pelo "Observador".

Fonte do Ministério da Educação referiu que já deu entrada na Inspeção-Geral da Educação e Ciência uma queixa e que esta será analisada.