O mundo pode parar de girar por uns segundos. Ou pelo menos o mundo dos que calcorreiam as ruas até ao mais recente brunch ou os que enchem o feed de fotografias de tostas verdes, normalmente com um ovo escalfado às cavalitas.
O abacate está em todo o lado, não há nada a fazer contra isso. Pelo contrário. Há até um mundo paralelo em que as pessoas são pagas para comer este fruto.
Na verdade, o mundo sobre o qual falamos não será tão paralelo assim. Esta história tem como cenário os Estados Unidos — OK, admito que às vezes possa ser quase de outro mundo — e o contexto é de laboratório.
O investigador Joan Sabaté, do Center for Nutrition, Lifestyle and Disease Prevention da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, quer provar que comer abacates pode ajudar a perder peso. Para isso, juntou-se a especialistas de outras três universidades norte-americanas e, juntos, estão à procura de mil pessoas que aceitem comer abacates de forma moderada durante um período de seis meses. Em troca? Trezentos dólares (256 euros) e uma overdose de gordura. Mas gordura da boa.
Segundo Sabaté, o abacate é a fruta com o mais alto teor de gordura, é certo, mas outros dos seus componentes podem ser essenciais para quem quer perder peso e diminuir o perímetro abdominal.
Para participar neste estudo, os candidatos devem reunir estas exigências: ter mais de 25 anos, ter pelo menos 100 centímetros de perímetro abdominal no caso dos homens ou 90 no caso das mulheres e estarem dispostos a comer um abacate por dia durante seis meses.
Isto porque o grupo vai ser dividido em dois, sendo que o primeiro receberá 16 abacates a cada 15 dias para comer um por dia e outro que terá apenas que comer dois abacates por mês.
Em troca, cada pessoa recebe os tais 256 euros, mais exames médicos e uma consulta mensal com um nutricionista.
O estudo é financiado pelo Hass Avocado Board, um grupo que promove o consumo de abacate, o que torna este estudo um tudo nada suspeito. Mas Sabaté garante que o patrocínio não afetará os resultados. "Há vinte anos que fazemos estudos alimentares e somos rigorosos na seleção dos projetos", explica. Quem acreditar na ciência ou quiser simplesmente ser pago para comer aquilo pelo qual os foodies correm atrás que avance. As inscrições fazem-se aqui.