Há mais 16 mortes e 248 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta segunda-feira, 22 de março, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico.
Os dados surgem no dia em que a vacina da AstraZeneca volta a ser administrada em Portugal continental, depois de, a 15 de março, a Direção-Geral da Saúde e o Infarmed ter anunciado a sua suspensão temporária. Até agora, sabe-se apenas que quem recusar esta vacina poderá passar para o fim da fila, contudo nem o coordenador do grupo de trabalho, nem Graça Freitas, deixaram claro que esta seria a decisão. Em declarações ao jornal "Público", citado pelo "Diário de Notícias", Gouveia e Melo apenas afirmou que "o princípio no processo de vacinação é a não escolha da vacina, porque as vacinas aprovadas são igualmente boas e seguras."
Esta segunda-feira, 22 de março, foram ainda divulgados os dados de um estudo feito a nível nacional que mostram que a vacina da Pfizer é a que mais inspira confiança entre a população e que os portugueses com menos de 40 anos são os que mais recusam ser vacinados contra a COVID-19.
Também esta segunda-feira, a AstraZeneca revelou os resultados de um ensaio clínico norte-americano que demonstra que a vacina desta farmacêutica é 79% eficaz na prevenção da COVID-19 nos sintomáticos e tem ainda uma eficácia de 100% em doença grave. De acordo com o comunicado divulgado pela empresa, os investigadores envolvidos no estudo referem que a vacina é eficaz em "pessoas de todas as idades", incluindo idosos — dados que contrariam pesquisas anteriores efetuadas por outros países.
"Essas descobertas confirmam resultados anteriores observados em estudos com AZD1222 em todas as populações adultas, mas é emocionante ver, pela primeira vez, resultados de eficácia semelhantes em pessoas com mais de 65 anos. Esta análise valida a vacina AstraZeneca COVID-19 como uma opção de vacinação adicional muito necessária, oferecendo a confiança de que adultos de todas as idades podem beneficiar da proteção contra o vírus", referiu Ann Falsey, professora de medicina da Escola de Medicina da Universidade de Rochester, EUA, e investigadora do estudo em questão.
A vacina da AstraZeneca foi já autorizada em mais de 50 países, mas não foi ainda admitida nos Estados Unidos. "Estes resultados somam-se ao crescente corpo de evidências que mostra que esta vacina é bem tolerada e altamente eficaz contra todas as gravidades de COVID-19 e em todas as faixas etárias. Estamos confiantes de que esta vacina pode desempenhar um papel importante na proteção de milhões de pessoas em todo o mundo contra este vírus letal. Estamos a preparar-nos para enviar estas descobertas para a Food and Drug Administration dos EUA e para o lançamento de milhões de doses em toda a América, caso a vacina receba a Autorização de Uso de Emergência dos EUA", acrescentou no mesmo comunicado Mene Pangalos, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento de biofarmacêuticos.