Há mais 219 mortes e 14.647 novos casos de infeção em Portugal pelo novo coronavírus. São estes os dados divulgados esta quarta-feira, 20 de janeiro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no novo boletim epidemiológico. Portugal volta a bater recordes tanto em número de mortes como de novos casos. Hoje regista-se assim um aumento de mais de quatro mil infeções relativamente aos números registados esta terça-feira (10.455) .
Os dados são divulgados no dia em que entram em vigor as novas medidas de confinamento que têm como objetivo "inverter o crescimento acelerado da pandemia". Conforme escrito no decreto publicado em Diário da República, entre elas está a proibição de vendas ao postigo, a proibição de permanência em espaços públicos de lazer, como jardins, e restituição da proibição de circulação entre concelhos ao fim de semana. Todas as restantes restrições indicadas no nono estado de emergência, que entrou em vigor dia 15 de janeiro, irão manter-se até 30 de janeiro.
Quanto ao funcionamento das escolas, ainda nada foi alterado e as mesmas mantêm-se em funcionamento e com aulas presenciais. Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, considera urgente o fecho das escolas.
"Hoje, o número que tenho aqui à minha frente é arrasador. Temos 14.647 pessoas infetadas. E são estes números que trazem à sociedade e às escolas este medo que se está a apoderar dos nossos profissionais", afirma Filinto Lima à "TSF" referindo que os estabelecimentos de ensino "não estão fora da sociedade". "A minha decisão tinha por base o parecer da comunidade científica. É o momento da ciência, não é o momento da política, e muito menos da politiquice", realça o profissional, citado pela "TSF", sugerindo que é possível reorganizar o calendário escolar "ocupando eventualmente as férias da Páscoa".
"A encerrar as escolas, não sabemos por quantos dias e por quantas semanas as escolas irão parar, isto ainda está numa fase embrionária do debate. Sabemos que o consenso é muito generalizado de que as escolas encerrem, pelo menos para alguns ciclos de ensino, como os mais velhos. Mas ainda não percebi muito bem qual é a opinião dos especialista por quanto tempo as escolas poderão parar e de acordo com essa situação pensar numa reorganização do calendário escolar", refere ainda o presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas à "TSF".
Esta quarta-feira, 20 de janeiro, começam a ser testados alunos, professores e funcionários de todas as escolas secundárias públicas e privadas localizadas nos concelhos com maior risco de contágio. Caso sejam identificados surtos de Covid-19 ativos nos estabelecimentos de ensino, a testagem será intensificada e será dada prioridade às escolas afetadas, “independentemente do grau de ensino” a que pertençam, referem os ministérios da Saúde e da Educação em comunicado citado pelo jornal "Público".
Os testes rápidos realizados a alunos só serão feitos após os encarregados de educação preencherem um modelo de consentimento informativo. Aos diretores das escola cabe assegurar “as condições logísticas necessárias para a realização dos testes".