Daniela Fonseca, 28 anos, recorreu à sua conta de Instagram para partilhar um diagnóstico errado no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que mudou a sua vida e para pedir ajuda, de forma a angariar o dinheiro suficiente para realizar a cirurgia que poderá reverter o seu estado.

“2020, o ano em que senti as primeiras dores. 2021, em que tudo começa a mudar, começam as primeiras pontadas, as primeiras limitações de movimentos sobretudo a subir escadas, a caminhar, a agachar, a apertar cordões e até no simples movimento de entrar e sair do carro. O diagnóstico era um quisto paralabral localizado na anca direita junto à virilha. Só com a eliminação do mesmo iria trazer-me à normalidade sem qualquer limitação. Diagnóstico este, que me foi dado e confirmado inicialmente após ter consultado dois médicos especialistas na anca em diferentes unidades hospitalares”, começou por contar.

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Para este diagnóstico, Daniela esclarece que “tudo era simples e rápido” e que “a técnica seria uma artroscopia”, uma “cirurgia pouca invasiva”, com a qual teria “uma recuperação imediata e eficaz” a sua vida iria voltar à normalidade entre três a seis meses. “Em maio de 2022, realizada a cirurgia e passados três meses num processo acompanhado por fisioterapia na recuperação, tive alta médica e já sem recurso ao auxílio das canadianas, eis que o pior acontece”, continua.

Em setembro de 2022, “as dores e as pontadas voltaram”, impedindo Daniela de “realizar atividades do quotidiano” e “originando idas às urgências, devido à primeira paralisia da perna e deixar de ter qualquer tipo de movimento”. Com tudo isto, a mulher perdeu o seu trabalho, para o qual foi “automaticamente catalogada como inválida e incapaz pela parte da entidade empregadora”.

“Apesar de seguir todas as recomendações médicas, o meu corpo continuava sem reagir a nenhum estímulo e continuava com imensa inflamação e inchaço no local intervencionado. Perante nova avaliação médica e sem qualquer melhoria, foi recomendado e agendada uma infiltração para fevereiro de 2023 que me levou ao retrocesso total, sucedendo-se mais episódios constantes de paralisia dos movimentos inferiores”, contou.

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Em março de 2023, Daniela percebeu que algo de errado aconteceu. “Aqui, já com novas avaliações médicas, tudo apontava para um diagnóstico inicial mal estudado/ interpretado. Confrontei todo este cenário junto do corpo clínico que me acompanhava até então, que concordando com o novo diagnóstico levado por mim, encaminharam o meu caso para outra unidade hospitalar onde estava o único especialista que me poderá operar e recuperar. Afinal, o que eu tinha, era uma displasia da anca bilateral. A artroscopia nunca poderia ter sido parte da solução, aliás, foi a causa do agravamento e aceleração do meu estado de saúde”, esclareceu.

Agora, Daniela precisa de realizar uma osteotomia “o mais rápido possível” para reverter toda a situação. A jovem mostrou também o seu desagrado com o Serviço Nacional de Saúde. “Todo este processo foi passado no SNS, de onde desde sempre, coloquei a minha plena confiança, pois confio e sempre confiei no nosso serviço público de saúde, mas hoje, após todos os últimos anos e meses de espera e sem qualquer tipo de resolução, nem sequer a humanidade de tentarem entender e ajudar na descoberta e explicação do mau diagnóstico efetuado, tenho como única opção, ser operada por uma instituição de saúde privada”, referiu.

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“A alternativa proposta por mim por não ter meios monetários para suportar na entidade privada, e aceite pelo SNS, passou por ser transferida para o distrito de Lisboa, fora da minha área de residência, onde desde junho de 2023 até hoje, apenas consegui uma primeira consulta de avaliação em outubro de 2023, onde retirei a única informação que no mínimo teria um ano e meio de espera. À data de hoje, ainda nem sequer apareço na lista de espera para cirurgia, quando o período legal para cirurgia em Portugal é de 180 dias para utentes não urgentes, que nem sequer é o meu caso”, expôs, acrescentando que está dependente de uma canadiana para se conseguir mobilizar e de “medicação diária fortíssima”.

Contudo, recebeu a notícia de que “existe disponibilidade para a cirurgia no hospital privado pelo único médico que consegue reverter" o seu estado de saúde "no próximo mês”, tendo depois “longos meses de recuperação” pela frente. Daniela pede ajuda para angariar o valor da cirurgia, que ronda os 22.600€. Até então, na página de GoFundMe criada, já recebeu 21.142€.

Veja o vídeo.