Celestina Pereira, dona do bar de alterne Tropical II, no Porto, foi condenada esta quarta-feira, 25 de janeiro, a oito anos e meio de prisão por burla informática e branqueamento de capitais.
Entre março de 2019 e junho de 2021, Celestina e os seus cúmplices burlaram mais de 220 mil euros a 32 clientes, segundo o “Correio da Manhã”. Estes aliciavam os clientes para sexo pela Internet através de perfis falsos em aplicações como o Tinder, Badoo ou Facebook e burlavam-nos em operações no terminal Multibanco do bar.
Um dos métodos utilizados pelos arguidos para burlar as vítimas era no ato de pagamento, alegando erro na operação, em que os clientes validavam as várias tentativas de pagamento, permitindo sucessivos pagamentos de outras quantias que eram digitadas pelos principais arguidos. O outro método era proceder a diversos pagamentos com o uso indevido do cartão dos clientes, tendo já o código PIN decorado, enquanto as vítimas eram distraídas pelos arguidos, tal como explicou o Ministério Público, segundo o “Jornal de Notícias”.
Sandra, uma funcionária que era o braço direito de Celestina, foi condenada a cinco anos e meio de prisão e o filho da dona do bar apanhou pena suspensa de três anos. Já o marido e outra funcionária do bar vão cumprir dois anos e meio de prisão. Os cúmplices da dona do bar aliciavam as vítimas para se deslocar ao estabelecimento e recebiam as quantias dos pagamentos fraudulentos nas suas contas bancárias.
O juiz João Grilo Amaral afirmou que Celestina tinha sempre “um único objetivo”, que era “limpar as contas bancárias [dos clientes]”. “Nunca vi uma ânsia tão grande de chegar ao fundo do pote”, acrescentou. Ao ouvir o juiz, Celestina chorou, pedindo que não a deixassem “morrer na cadeia”, mas não o convenceu. “Quando sacava aquelas quantias de dinheiro, pensou nisso? A senhora não tinha pejo nenhum”, respondeu o juiz.