É oficial. O almirante Henrique Gouveia e Melo vai concorrer à Presidência da República nas eleições, que acontecem em janeiro de 2026. A apresentação pública da candidatura está marcada para o próximo dia 29 de maio, às 19 horas, na Gare de Alcântara, em Lisboa, segundo confirmou fonte da sua equipa de campanha, diz o "Correio da Manhã".

A confirmação já tinha sido feita pelo próprio a 14 de maio, numa entrevista à Rádio Renascença, ainda durante a campanha para as legislativas antecipadas. Nessa altura, Gouveia e Melo explicou que a decisão de se lançar na corrida presidencial surgiu da perceção de que o País atravessa uma “instabilidade interna” prolongada, agravada por sucessivos governos de curta duração e pouco sólidos.

O antigo Chefe do Estado-Maior da Armada sublinhou também o impacto das mudanças no cenário internacional, considerando que "o mundo mudou bastante" desde 2023. "A guerra da Ucrânia agravou-se, a tensão na Europa também se agravou, e a eleição do senhor Trump como Presidente dos Estados Unidos da América veio alterar a configuração internacional", afirmou.

Isaltino Morais. Como a experiência de quase morte o fez apoiar Gouveia e Melo (e a 'boca' a Marcelo)
Isaltino Morais. Como a experiência de quase morte o fez apoiar Gouveia e Melo (e a 'boca' a Marcelo)
Ver artigo

A par disto, alertou para os riscos de uma nova ordem mundial que, nas suas palavras, "pode ser perigosa" e afetar Portugal de forma significativa. Durante a campanha legislativa, tanto o PS como o PSD optaram por não comentar a candidatura, argumentando que haverá tempo para o debate presidencial em momento próprio.

Nascido em 1960, em Quelimane, Moçambique, Gouveia e Melo ingressou na Escola Naval em 1979 e dedicou 22 anos da sua carreira aos submarinos. Esteve três anos à frente da Marinha e passou à reserva após o fim do mandato, alegando que essa condição lhe devolvia liberdade no exercício dos seus direitos cívicos.