Isaltino Morais voltou a manifestar o seu apoio a uma (cada vez mais certa) candidatura de Henrique Gouveia e Melo à presidência da República. Desta feita, como convidado da edição especial de fim de ano do programa da SIC Notícias "Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Proibidos de Dizer [ex-"Governo Sombra"]", na qual aprofundou os motivos que o levaram a admirar o almirante. E estão relacionados com o facto de, em 2021, ter estado "quase a morrer" depois de ter contraído COVID-19. Henrique Gouveia e Melo foi, recorde-se, coordenador do Plano de Vacinação contra a COVID-19.
"Até prova em contrário, fui-me apercebendo, na altura do COVID, que ele tinha qualidades. Falei com ele duas ou três vezes nessa altura e apercebi-me de que havia ali uma sensibilidade especial. É um humanista", explicou o presidente da câmara de Oeiras que, a 10 de dezembro, foi condecorado pelo Chefe de Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, com a medalha Vasco da Gama. Uma coincidência, salienta Isaltino Morais, que nada tem que ver com o seu apoio à potencial candidatura a Belém.
"Quando figuras como António Guterres, António Costa ou Passos Coelho, figuras maiores da nossa democracia, não estão disponíveis para serem candidatos, há uma figura como o Almirante Gouveia e Melo – parece-me… admito que se vá candidatar. Da minha parte, ele sabe que contará com o meu apoio", explicou.
Quando João Miguel Tavares pergunta quando é que o edil se "encantou" por Gouveia e Melo, o edil de Oeiras reafirma: "Foi por causa da COVID. Eu estive quase a morrer, pá. Cheguei a ter alucinações, mas não era com o almirante (risos). Eu estava numa cama de hospital e, a dada altura, estava mesmo com alucinações. Só me apareciam ursos, raposas e lobos, tudo branco, vinha tudo em direção à minha cara e, quando chegavam ao pé de mim, afastavam-se. Era tudo branco", recorda o autarca.
"Eu tenho uma admiração pelo almirante Gouveia e Melo e não sou o único. Eu costumo dizer que um dos criadores do almirante é o nosso presidente da República, o professor Marcelo Rebelo de Sousa. No primeiro mandato, o professor Marcelo conseguir criar um ambiente que contrastava com o professor Cavaco Silva, mais hirto, mais espartano, uma figura mais institucional. E o professor Marcelo introduziu uma grande descontração, mais proximidade com o povo. Mas exagerou a dose. E, ao exagerar a dose, os portugueses querem uma alternativa mais tranquila, mais institucional. E o almirante parece encaixar perfeitamente", salientou Isaltino Morais.
No final do programa, o autarca expressou o seu desejo para 2025... que inclui uma (não muito) subtil 'farpa' a Marcelo Rebelo de Sousa, que nunca fez uma visita oficial ao município de Oeiras. "O presidente é um frequentador assíduo das nossas praias, sobretudo da praia de Caxias. Ele vem muito a Oeiras mas, realmente, a uma visita oficial… eu gostava que, em 2025, ele viesse porque vamos ter muitas casas de renda acessível para entregar e gostava de ter o presidente numa dessas cerimónias. E ate já tenho o almoço preparado para ele. Eu sou transmontano, como sabem, estou habituado a sopas fortes, e estava disposto a fazer-lhe a vichyssoise e tudo, cozinhada por mim!", finalizou Isaltino Morais.
Uma referência a uma polémica dos anos 90 que envolveu Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Portas, quando este último era jornalista do extinto "O Independente". No programa "Parabéns", de Herman José, Paulo Portas contou que Marcelo Rebelo de Sousa mentiu sobre a sua presença num jantar no palácio de Belém, no qual teria jantado vichyssoise, e que o então jornalista terá cortado relações com ele por causa dessa informação falsa. Pode ver o vídeo aqui.