Faltam 11 meses para as eleições que decidirão quem é o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, mas nunca se falou tanto em presidenciais como agora. Embora não tenha sequer confirmado a sua candidatura, o almirante Henrique Gouveia e Melo lidera todas as sondagens, deixando para trás candidatos já confirmados e protocandidatos.
Cinco anos depois de ter dito, em entrevista à "Visão", que ponderaria uma candidatura a Belém, Cristina Ferreira voltou a falar sobre o tema em entrevista à CNN Portugal, este sábado, 1 de fevereiro, atirando a hipótese para um futuro indeterminado.
No entanto, a ideia da apresentadora da TVI como chefe de Estado faz sentido para um dos mais antigos comentadores políticos da televisão portuguesa. No programa "O Princípio da Incerteza", José Pacheco Pereira, comentando as candidaturas a Belém, não só elogiou a entrevista de Cristina Ferreira como a colocou como potencial adversária de Gouveia e Melo.
"Há um candidato cuja força da sua candidatura é pôr isto na ordem. Esta ideia de pôr o País na ordem é a maior força que ele tem. E a maioria dos candidatos que andam por aí a movimentar-se nos vários partidos não chega nem de perto nem de longe a ser um obstáculo em relação a estas ideias", começa por dizer o historiador e ex-deputado do PSD.
"Isto é para irritar muitas gente mas, só esta semana, vi uma protocandidata que poderia contestar e defrontar o almirante, que é a Cristina Ferreira. Ela deu uma excelente entrevista, uma entrevista pouco comum, em que falou que, se fosse candidata presidencial, era a única que podia confrontar o almirante. Porque é péssima a atual situação das presidenciais. A maioria dos candidatos são muito medíocres, nem conseguem defrontar nem um átimo que é a força do almirante e a força do almirante é péssima para a vida política portuguesa. Vai ser um espetáculo patético se as coisas não mudarem ate lá", disse José Pacheco Pereira.
Embora não tenham sido estas as palavras de Cristina Ferreira sobre o tema durante a entrevista ao jornalista André Carvalho Ramos, a também diretora de Ficção e Entretenimento da TVI não descartou por completo uma corrida a Belém, embora afiance que "está muito longe" da sua realidade.
"Até ao dia em que morrer não te vou dizer que não vou ser candidata porque não sei se o vou fazer ou não. Por muito que questionem 'quem é ela para algum dia pensar que pode vir a ser presidente da República'. Mas uma coisa eu deixo-te aqui. Se eu um dia pensar em candidatar-me, se eu um dia fosse eleita, eu ia tentar ser a melhor presidente da república deste País. Não há nada em que eu me meta que não tente fazer da melhor maneira que sei."
Embora ainda não tenha formalizado a candidatura, o que vai acontecer esta sexta-feira, 7 de fevereiro, em Fafe, Luís Marques Mendes é o mais recente nome a constar no boletim de voto. Este fim de semana, a Iniciativa Liberal também apresentou a sua candidata, a atual deputada Mariana Leitão. André Ventura já confirmou a sua candidatura, assim como André Pestana, coordenador nacional do Sindicato para Todos os Profissionais da Educação (Stop). À esquerda, ainda não há candidatos.