Em Tondela, a educadora de uma das quatro salas do Jardim de Infância EB0 foi suspensa pelo Ministério da Educação. Isto aconteceu depois de os pais começarem a suspeitar da ocorrência de maus-tratos físicos e psicológicos sobre crianças, que tinham entre os 3 aos 6 anos, de acordo com a CNN Portugal.
"As crianças, se não comerem a sopa, não comem mais nada durante o dia todo", começa por contar a mãe de um dos menores, que preferiu não ser identificada, aquando da conversa com a estação de Queluz de Baixo. Mas a lista de castigos "muito pouco pedagógicos" que a docente aplicava não se fica por aqui. "Na própria sala, segundo consta, o castigo é começarem-se a despir. Primeiro descalçam-se, depois tiram meias, calças, até ficarem em cuecas.", continua a mãe.
A mulher, que tem 60 anos, já foi suspensa pelo Ministério da Educação, seis meses depois de os abusos começarem a ser relatados novamente. Mas a verdade é que estes incidentes de que os pais se têm queixado não são de agora – remontam, pelo menos, há cinco anos, altura em que foi retirada da da escola.
"O meu filho frequentava a sala e deixou de comer. O lanche vinha todo para casa. Eu questionei-o porquê e ele dizia que era a educadora que não o deixava lanchar. Comecei a questionar o grupo de pais", revela outra mãe cujo filho também frequentava o jardim de infância em 2018, de acordo com a CNN Portugal. E o feedback que os outros pais recebiam dos filhos era exatamente o mesmo.
As queixas começaram a aparecer sem parar, até que a educadora acabou por ter uma crise a meio do horário letivo, à frente dos alunos, em fevereiro de 2018. Isto fez com que tivesse de ser retirada do estabelecimento à força pelo INEM e pela GNR. E já não se foi embora pelo próprio pé, uma vez que saiu "sedada e com um colete", seguindo-se um internamento compulsivo, avança a mãe com quem a estação de Queluz de Baixo falou.
A par da suspensão do Ministério de Educação, a docente está a ser alvo de um processo disciplinar por parte da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, a entidade que acompanha, controla e avalia os estabelecimentos de ensino da rede pública, privada, cooperativa e solidária. Das crianças que terão sido vítimas desta mulher, quatro já abandonaram o jardim de infância e outra mudou de sala.