Este domingo à noite, 25 de outubro, teve lugar a contagem dos votos ilha a ilha, freguesia a freguesia, para eleger o próximo governo do arquipélago. Pela primeira vez em 24 anos, o PS perde a maioria absoluta e deixa para Vasco Cordeiro um último mandato em desvantagem. Mas este não foi o único marco das eleições nos Açores.
Há três novos partidos na Assembleia Legislativa dos Açores — Chega, Iniciativa Liberal e PAN —, a CDU fica de fora, e a abstenção (55%) diminuiu em relação aos valores registados em 2016 (59,6%), o que representa uma diferença de 4,6%. Até ao encerramento das urnas, pelas 19 horas deste domingo, 25, nos Açores, tinham votado 124.993 eleitores, de acordo com a Direção Regional de Organização e Administração Pública (DROAP).
Os açorianos que foram às urnas decidiram que dos 13 candidatos sete deviam ter lugar na Assembleia Legislativa. Contas feitas, os socialistas ficaram com 39,13%, o PSD 33,74%, o CDS 5,51%, o Chega 5,06%, BE 3,82%, PPM 2,34%, a Iniciativa Liberal 1,93% e o PAN 1,93%.
O PS consegue então apenas 25 mandatos, o PSD 21, o CDS três, o Chega dois, o BE dois, o PPM dois, a Iniciativa Liberal um e o PAN outro. De fora do parlamento regional fica a CDU — que já na última legislatura obteve somente um deputado, eleito pelas Flores, e agora perde qualquer representação do partido na Assembleia Legislativa dos Açores.
Os 39,13% do PS não foram suficientes para garantir os 29 mandatos necessários para alcançar a maioria absoluta, como vinha a acontecer desde 1996. Apesar da derrota, o líder do PS nos Açores e atual presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, destacou que o partido obteve uma vitória “clara e inequívoca”, ainda que não goze de maioria absoluta, e que o PS continua a ser um “referencial de estabilidade”, disse após serem conhecidos os resultados.
Já o representante do segundo partido a conseguir maior número de mandatos nos Açores, José Manuel Bolieiro, líder do PSD-Açores, deixou em aberto possibilidade de fazer coligações à direita. Segundo José Manuel Bolieiro, estas eleições deixaram um "quadro polivalente" em que “tudo” pode acontecer, referindo-se a à possível liderança da oposição. O líder do PSD nos Açores acrescenta ainda que o diálogo no parlamento "não exclui ninguém".
“Devo afirmar hoje, como sempre, que atitudes extremistas e populistas não me comovem, nem creio que interessam aos açorianos, mas também acho que os açorianos já deram provas, e os seus representantes, de que não são extremistas nem populistas”, referiu, após ser questionado sobre a possibilidade de diálogo com o Chega.