As grandes chuvadas que se fizeram sentir na região de Lisboa na noite de segunda-feira, 12 de dezembro, e na madrugada de terça-feira, 13, deixaram a capital alagada. Na sequência desta forte precipitação, há várias estradas cortadas e todos os túneis da capital estão encerrados, havendo também dificuldades na circulação dos transportes públicos, como comboios, metro e autocarros.
"Neste momento, em acumulado, temos 1.064 ocorrências e mais de 30% (328) no distrito de Lisboa", disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), citado pela "CNN Portugal". Assim, há grandes constrangimentos nos acessos à capital, e nas deslocações dentro desta.
À exceção de Bragança, todos os distritos de Portugal Continental encontram-se agora sob alerta laranja, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). No entanto, na madrugada desta terça-feira, a Câmara Municipal de Lisboa havia emitido um alerta vermelho em consequência do mau tempo e apelou que se evitassem deslocações desnecessárias, avança o "Jornal de Negócios".
Também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, tem deixado apelos repetidos para que a população fique em casa. "Eu pedia a todos os lisboetas e, sobretudo, àqueles que estão a entrar em Lisboa ou pensam entrar em Lisboa para evitarem fazê-lo esta manhã", disse Carlos Moedas, em declarações à CNN Portugal. Isto porque, tendo fechado os túneis que não aguentaram a quantidade de água que lá entrou, isso cria uma situação de trânsito "caótica".
Além disso, o autarca apontou que, se necessário, as escolas podem mesmo encerrar. "A cada escola cabe sentir e ver se tem pessoal ou não para estar hoje em funcionamento", garantiu, esclarecendo que, "a nível local, as que não tenham condições para o fazer fecham, se for necessário, mas não de uma maneira formal".
Em Oeiras, as escolas já fecharam
Em Oeiras, Isaltino Morais deu indicações para o encerramento das escolas. Em declarações à SIC Notícias, o autarca ainda apelou aos encarregados de educação para irem buscar as crianças até à hora de almoço, "especialmente as mais pequenas".
O autarca garante ainda que todas as medidas que estão a ser tomadas incidem sobre "a mobilização de todos os meios para rapidamente procurar resolver o problema". Depois, continua: "Choveu muito mais do que na quarta-feira [7 de dezembro]. A ribeira de Algés transbordou. Os prejuízos estão a incidir nos comerciantes mas também nas infraestruturas municipais. Há prejuízos avultados".
Ainda que, na semana passada, os prejuízos tenham atingido, essencialmente, os comerciantes, desta vez sentiram-se também nas infraestruturas municipais. "Há muros que caíram, pequenas pontes que desapareceram, desmoronamento de terras. Portanto, há realmente danos em infraestruturas municipais que não quarta-feira não tinha acontecido", descreveu o presidente da autarquia.
Atenção: "isto não acabou"
O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera alertou, também em declarações à estação noticiosa de Paço de Arcos, que "isto não acabou". Ainda que se tenha sentido uma acalmia nas últimas horas, o tempo vai voltar a piorar na Grande Lisboa.
“Dentro de poucas horas vamos voltar a ser atingidos pelo sistema meteorológico ativo, e pode gerar mais uma vez precipitação e até convexão”, avisou Miguel Miranda. Depois, continuou a reforçar os apelos para que a população evite as deslocações.
“Hoje é o dia de ficar em casa, trabalhar a partir de casa, um bocadinho como fizemos durante a pandemia. É a única forma que temos de ajudar aqueles que estão na rua a trabalhar para nós”, reforçou o presidente do IPMA, em direto.