Portugal regressa a um confinamento semelhante ao de março em que a diferença fundamental é que, pelo menos para já, o funcionamento das escolas. No entanto, para a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), não é suficiente dizer que as escolas manter-se-ão abertas por serem consideradas locais seguros, argumento utilizado por António Costa para não seguir as recomendações dos especialistas de saúde que recomendavam o encerramento.
"Não basta dizer que as escolas vão estar abertas, é preciso fazer mais do que foi feito", avisa Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, em declarações à Agência Lusa citada pelo jornal "Expresso". Para a federação, a solução tem de passar pela redução imediata do número de alunos por turma, mas também a testagem de "todos os contactos próximos" de casos positivos de COVID-19.
Só assim, continua, será possível continuar a manter as escolas abertas numa altura em que serão precisos, pelo menos, dois meses para que o número de casos volte a baixar até à média diária de 3.500.
Ainda que, durante a declaração ao País, António Costa tenha dito que "no primeiro período, o número de surtos foi diminuto" na escolas e que os casos que foram reportados não originaram surtos significativos, a Fenprof acusa o governo de encobrir "a situação real vivida" nos estabelecimentos de ensino do País.
Além de 1.077 escolas com casos positivos de infeção, a Fenprof diz que "não se realizaram rastreios, como se exigia, mesmo quando surgiam casos de infeção e se justificava, no mínimo, testar os contactos próximos".