Ainda em pleno estado de emergência, que vigora até 2 de maio, começa agora a preparar-se o lento regresso à normalidade. Fala-se em abertura de pequeno comércio, creches e até cabeleireiros de uma forma faseada e sempre com atenção à linha de contágios. Mas um setor que ainda não sabe quando poderá abrir é o dos os ginásios e academias.

Encerrados há mais de um mês, muitos ginásios estão já com equipas em lay off e sem perspetivas de reabrirem para nesta primeira fase de retoma de alguns serviços e espaços. Apesar de não haver diretrizes do governo sobre quando poderão reabrir, a Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) já começou a elaborar uma lista de possíveis medidas para tornar este regresso aos ginásios uma realidade. O documento já foi entregue ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto e posto à consideração da DGS, avança o "Observador".

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“Antecipámo-nos. O que fizemos foi apresentar ao Governo, com base no benchmarking [uma análise comparativa] feito com outras associações europeias do setor, o que pensamos serem as melhores normas. O objetivo é que todos os espaços que reabram sigam estas medidas, até porque é preciso restaurar a segurança das pessoas no clube”, começou por explicar o presidente da AGAP em entrevista ao mesmo jornal.

Das medidas propostas fazem parte diferentes horários com marcações prévias por parte dos clientes, desinfeções mais recorrentes e um espaço maior entre pessoas – o que implica necessariamente que o contacto entre personal trainer e cliente seja reduzido. Assim, e segundo a AGAP, para que os ginásios em Portugal possam abrir, estas são algumas medidas que devem ser implementadas:

  • Haver uma distância mínima entre as pessoas, que estará devidamente marcada nas receções;
  • Proteções de vidro ou acrílico nos postos de atendimento presencial;
  • Os clientes deverão ser informados sobre as recomendações de higiene a seguir depois de ter utilizado os equipamentos – o que pressupõe também que só metade dos aparelhos seja efetivamente usado para reduzir o contacto entre os clientes;
  • Proibição da prática de exercício dois a dois — o que significa também que o contacto físico entre técnicos e clientes deve ser evitado ao máximo;
  • Entre cada aula de grupo, deverá haver um intervalo de 15 minutos para a desinfeção do espaço;
  • A AGAP prevê que “sempre que possível” sejam disponibilizados horários exclusivos para idosos;
  • Nos balneários a sua ocupação deve ser reduzida para metade;
  • Deve haver um espaço de dois cacifos vazios entre aqueles que são utilizados;
  • O acesso à zona de chuveiros deverá ser vedado nas primeiras semanas.

O uso de máscara fica fora das regras por falta de consenso. “Há países onde não é obrigatória para ninguém. Noutros é para todos. E há aqueles onde é só para os funcionários”, explica à mesma publicação.

O presidente da AGAP refere ainda que este regresso aos ginásios deverá ser feito de forma “gradual” porque “pior do que não abrir é ter de voltar a fechar”. Por isso, José Carlos Reis prevê que, mesmo depois de o governo definir uma data específica para abrir este setor, vai haver muitos ginásios que vão só abrir semanas depois para garantir a segurança de profissionais e clientes.