Uma jovem grávida de 26 anos deu entrada no Hospital de Cascais na segunda-feira, 4 de março, com fortes dores abdominais. Pâmela Araújo, que é auxiliar de ação médica na mesma unidade hospitalar, associou as dores que sentia às possíveis contrações do trabalho de parto, por já estar no final da gravidez, e decidiu deslocar-se até ao hospital para uma consulta. No entanto, pouco tempo depois, a jovem foi mandada para casa porque, alegadamente, “estava tudo bem”, e a sua bebé acabou por morrer.

De acordo com o jornal “Correio da Manhã”, a grávida chegou ao Hospital de Cascais com o companheiro e pai da criança, Felipe Souza, de 27 anos. Com as fortes dores que sentia, e por já estar na 40.ª semana de gestação, Pâmela pensou que poderia estar a entrar em trabalho de parto, mas, 20 minutos depois de ter entrado para a consulta, disseram-lhe que esse não era o caso.

Explicaram a Pâmela que, como tinha a última consulta antes do parto agendada para quinta-feira, 7 de março, poderia falar com a médica sobre essas dores nesse dia, e foi mandada para casa. “Disseram que estava tudo bem com a bebé e comigo”, confessou Pâmela, em declarações ao "CM".

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No entanto, na noite de quarta-feira, 6, a jovem de 26 anos começou a perder bastante sangue e foi novamente para o Hospital de Cascais. Ao realizar vários exames para perceber o que podia estar a acontecer com Pâmela, a equipa médica descobriu que Louise, o nome que o casal iria dar à sua bebé, tinha morrido na barriga da mãe. “Eu deixei de sentir a minha filha. Estamos devastados”, lamentou Pâmela. Louise seria a primeira filha do casal.

Numa entrevista ao "CM", publicada esta sexta-feira, 15 de março, Pâmela e Felipe Souza pediram explicações ao Hospital de Cascais, local de trabalho da jovem. “Ninguém telefonou nem deu uma explicação para o que aconteceu. Só sabemos que a nossa filha era perfeitinha e sentimos que alguém a tirou de nós”, explicaram. No entanto, o que mais surpreendeu o casal foi o pedido feito por parte de uma das profissionais de saúde da unidade, que pediu a Pâmela para esquecer que a sua primeira ida ao hospital tinha acontecido.

“Uma das profissionais que me atendeu da primeira vez que fui ao hospital, com dores, veio ter comigo, já depois de eu saber que a minha filha estava morta, e pediu-me para esquecer o que aconteceu ali, na primeira ida. Disse que são coisas que acontecem e para eu não ficar a remoer, para não os culpar”, revelou. “Pediu-me para esquecer que tinha ido ao hospital daquela primeira vez; para tirar da cabeça a ideia de que naquele dia deviam ter feito as coisas de outra forma. Como é que uma mãe esquece que confiou na palavra dos profissionais, foi para casa, e depois perdeu a sua filha?”, acrescentou.

O Hospital de Cascais negou qualquer tipo de negligência por parte da sua equipa, lamentando a morte da bebé de 9 meses. A unidade hospital acrescentou ainda que os profissionais que receberam Pâmela Araújo foram “muito humanos”, segundo o mesmo meio de comunicação, e asseguram “que todos atuaram de acordo com os protocolos e práticas instituídos, de forma totalmente criteriosa, responsável e humanizada", considerando que a morte da bebé não podia ser prevista. O casal vai avançar com uma queixa-crime.