Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve no centro de uma situação polémica no Aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa. Tudo aconteceu aquando da chegada de um voo de repatriamento de portugueses provenientes do Líbano, a 4 de outubro, cujas questões protocolares o deixaram descontente, fazendo com que protagonizasses dois momentos de tensão.
O primeiro incidente envolveu o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o general Cartaxo Alves, a quem o ministro terá dirigido várias ofensas e com quem terá gritado, diz o "Correio da Manhã". Aparentemente apanhado de surpresa pela atitude do governante, Cartaxo Alves terá frisado que aquele não era o local ou o momento apropriado para ter aquele comportamento. E momentos mais tarde, Paulo Rangel elogiou publicamente a Força Aérea, para amenizar o clima.
O segundo momento que marcou a visita de Paulo Rangel foi o facto de se ter recusado a cumprimentar o comandante do Aeródromo de Figo Maduro, o coronel Abel Oliveira. O ministro virou costas ao oficial, deixando-o de mão estendida, avança também o "Correio da Manhã". Até agora, tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros como a Força Aérea recusaram-se comentar o episódio.
A par disto, também fontes da presidência da República esclareceram, citadas pela mesma publicação, que Marcelo Rebelo de Sousa, comandante supremo das Forças Armadas, "não foi notificado por nenhuma entidade competente" sobre os alegados eventos.
No entanto, Paulo Rangel, que ocupa uma posição de destaque na hierarquia governativa e beneficia de imunidade, estaria sujeito a uma pena de prisão de um mês a dois anos, caso pertencesse às Forças Armadas, conforme prevê o Código de Justiça Militar para situações de ameaça ou ofensa em tempo de paz.